Morreu ontem (11), em Paris, o escritor tcheco Milan Kundera aos 94 anos. A informação sobre sua morte foi noticiada hoje. A causa do falecimento não foi revelada, no entanto, de acordo com a porta-voz da biblioteca que leva o nome do escritor, ele sofria de uma doença prolongada.
A notícia foi divulgada pela editora Gallimard e confirmada pela porta-voz da biblioteca Milan Kundera.
Milan Kundera era um dos poucos artistas vivos a ser incluído na série La Pléiade, uma coleção altamente prestigiada de obras literárias por estudiosos e colecionadores. Ele vivia na França desde 1975, quando deixou a Tchecoslováquia sob o regime comunista.
Durante a Primavera de Praga, um movimento de liberalização política na Tchecoslováquia durante a ocupação soviética na Segunda Guerra Mundial, Kundera perdeu sua nacionalidade tcheca devido a desentendimentos com as autoridades no movimento político de guerra.
Kundera, em foto de 2010.Foto: MIGUEL MEDINA/AFP/Getty Images
O romancista nasceu em 1º de abril de 1929 na cidade de Brno, na Tchecoslováquia. Entre suas obras mais importantes, quatro se destacam:
- "A Brincadeira" (1967): Este é o primeiro romance de Kundera, publicado em 1967, antes da Primavera de Praga. A história se passa durante a ditadura comunista nos anos 1950, um período que fazia parte da experiência de vida do autor.
- "A Vida Está em Outro Lugar" (1969): Com esta obra, Kundera ganhou o Prêmio Literário Francês Medicis de Melhor Romance Estrangeiro em 1973, consolidando-se como um dos maiores escritores tchecos de sua geração.
- "A Insustentável Leveza do Ser" (1984): Publicado em 1984, este é considerado a obra-prima de Kundera. Escrito em Paris, o livro foi adaptado para o cinema e recebeu indicações para dois Oscars. A história retrata a vida de dois casais da burguesia intelectual no contexto que antecede a invasão da União Soviética em 1968.
- "A Lentidão" (1995): Este é o primeiro romance de Kundera escrito em francês, o que lhe abriu as portas para o cenário internacional, mas também lhe rendeu críticas.
Foto destaque: Milan Kundera. Foto: Reprodução/ Agência Brasil ElisaCabot/Wikimedia