O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (22), mais alguns dados e projeções do CENSO realizado em 2022. Segundo o órgão, a população brasileira está envelhecendo, com o número de idosos, 60 anos ou mais, ultrapassando os jovens com idade entre 15 e 24 anos.
Os dados revelaram que, no ano de 2023, a parcela da população idosa atingiu 15,6% do total de brasileiros, passando o número de jovens entre 15 e 24 anos que representam 14,8%. Essa descoberta faz com que pela primeira vez o número de pessoas mais velhas seja maior do que o de jovens.
Essas projeções são fundamentais para orientar diversas políticas públicas nas três esferas de governo, permitindo que o IBGE atualize os dados do CENSO. Essa é a primeira projeção que leva em conta a pandemia de Covid-19.
Alguns dados divulgados hoje
Segundo o IBGE, a nova distribuição por faixa etária da população está da seguinte maneira: 0 a 14 anos: 20,1%; de 15 a 24 anos: 14,8%; de 25 a 39 anos: 23,3%; de 40 a 59 anos: 26,2% e de mais de 60: 15,6%.
População segue envelhecendo
Além de disponibilizar os dados atuais, o IBGE também fez algumas projeções para a população do Brasil até o ano de 2070 e estas mostram que já em 2046 teremos mais de 28% de pessoas com 60 anos ou mais, sendo a maior faixa populacional.
A projeção para 2070 prevê que serão cerca de 37,8% os idosos no Brasil, ou seja, um em cada três brasileiros terão 60 anos ou mais. Isso afeta a média de idade dos brasileiros, que em 2023 era de 34,8 anos e será no futuro de 51,2 anos.
Motivos para o envelhecimento populacional
Uma das razões apontadas pelo IBGE para o envelhecimento populacional brasileiro é a queda da taxa de fecundidade, número de filhos por mulher, e o aumento da expectativa de vida.
Segundo o órgão, de 2000 até 2023 a taxa de fecundidade diminuiu de 2,32 filhos por mulher para apenas 1,57 e, segundo estudos do IBGE o número mínimo para haver reposição populacional é de 2,1 filhos por mulher.
Outro dado importante é a expectativa de vida do brasileiro, que subiu de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023 e, até o ano de 2070, deve chegar a 83,9 anos.
Marcio Pochmann, Presidente do IBGE (Foto: reprodução/Leonardo Carrato/Bloomberg/Getty Images Embed)
População deve parar de crescer
A diminuição da taxa de fecundidade é o principal motivo para que a população deixe de crescer e isso deve acontecer, segundo o IBGE a partir de 2042. O gerente de Estimativas e Projeções de População, Márcio Mitsuo Minamiguchi afirma que a população crescerá menos por conta de ter menos mulheres em período fértil devido à idade, logo o número de nascimentos diminuirá bastante.
Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE, analisa que desde os anos 1960 a taxa de fecundidade das mulheres vem diminuindo e elenca alguns fatores. Ela afirma que a urbanização, a entrada das mulheres no mercado de trabalho e o aumento da escolaridade feminina, além da popularização da pílula anticoncepcional, vêm afetando o número de nascimentos. Até 1960, era uma média de seis filhos por mulher e agora chegamos a este número atual de 1,57.
Idade média para ter filhos
No ano 2000, a média de idade de mulheres que tinham o primeiro filho era de 25,3 anos, passando em 2020 para 27,7 e deverá chegar em 2070 com 31,3 anos. Izabel Marri observa que não é só no Brasil que as mulheres têm adiado a maternidade, contribuindo para a redução dos nascimentos.
Esses são fundamentais para orientar as mais diversas políticas públicas nas três esferas de governo, permitindo que o IBGE atualize os dados do CENSO. O órgão levou em conta a pandemia de Covid-19, pois foi realizado em 2022 essas amostragens.
Foto Destaque: IBGE revelou novos dados do CENSO de 2022 (Reprodução/Nikolas Kokovlis/NurPhoto/Getty Images Embed)