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Em entrevista, ministra Anielle Franco afirma que Silvio de Almeida a assediou sexualmente

Após a demissão do ex-ministro dos Direitos Humanos, cerca de um mês atrás, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, se pronunciou sobre a importunação sexual sofrida por ela

07 Out 2024 - 10h09 | Atualizado em 07 Out 2024 - 10h09
Em entrevista, ministra Anielle Franco afirma que Silvio de Almeida a assediou sexualmente Lorena Bueri

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, falou ao programa Fantástico da TV Globo deste domingo (06) sobre a importunação sexual sofrida por ela pelo então ministro dos Direitos Humanos, Silvio de Almeida, demitido do cargo pelo presidente Lula há cerca de um mês.

Anielle disse à repórter Sônia Bridi que a importunação sexual começou há um ano e que demorou para denunciar o caso, pois se sentiu muitas vezes culpada, insegura e vulnerável pela situação vivida. 

Trechos da entrevista

A denúncia para a polícia federal

Refletindo sobre a violência sexual vivida, Anielle Franco disse que: “no primeiro momento, eu optei pelo silêncio. A exposição indevida faz com que a gente repense, pense. Então, tem uns estágios ali que fazem você se sentir culpada, insegura, vulnerável, e eu decidi que falaria primeiro nas instâncias devidas.”

A ministra relembrou que essa era a primeira vez que ela entrava em uma delegacia para prestar depoimento após o assassinato de sua irmã, a ex-vereadora do PSOL do Rio de Janeiro, Marielle Franco. Anielle afirma que teve coragem para denunciar o caso para inspirar outras mulheres a fazerem o mesmo e que isso a ajudaria a também cuidar de outras mulheres. Ela afirma que deu todos os detalhes às autoridades, relembrando cada momento e violência que sofreu.

Demora para perceber as importunações

Ao ser confrontada sobre quando percebeu as atitudes de Silvio de Almeida, Anielle Franco disse que: “tinham diversas atitudes e momentos nos quais eu percebia e sentia maldade, e sentia também outras intenções desrespeitosas. E quando você não dá, que sabe que a verdade está com você, você percebe, você sente o que a outra parte está fazendo”.

A ministra afirma que as atitudes e importunações por parte de Silvio de Almeida duraram alguns meses, mais de um ano, pois teriam se iniciado com algumas cantadas e falas mal postas. 

Segundo Anielle, a violência foi “escalando para um desrespeito pelo qual eu também não esperava. Até situações que nenhuma mulher precisa passar, merece passar ou deveria passar”. 

Ao ser perguntada sobre o possível toque em suas partes íntimas por debaixo da mesa em uma reunião, notícia que saiu na imprensa, Anielle Franco não conseguiu falar sobre. Esta reunião teria sido em maio de 2023.

Combate e inspiração para outras mulheres

Anielle fez uma importante ponderação, afirmando que no Brasil, existem pelo menos 30 milhões de mulheres que já enfrentaram ou ainda enfrentam algum tipo de violência, importunação sexual ou assédio. Tocar, assediar ou agredir o corpo de uma mulher é uma das ações mais repugnantes que existem, ela concluiu. 

Ela reflete que, como ministra de Estado, mãe, feminista e negra, ela tem a responsabilidade de lutar para transformar um pouco deste país em um lugar melhor para todos e que achava que conseguiria resolver o problema sozinha, sem precisar levar o caso à polícia.

Desrespeito e continuidade das agressões

Para a ministra, após suas reclamações sobre as importunações sexuais, o desrespeito por parte de Silvio de Almeida iria parar, mas mesmo assim continuaram e foi aí que ela percebeu que não conseguiria resolver sem levar o caso para a polícia. Ela ainda afirma que o ex-ministro usava palavras chulas e era bastante desrespeitoso em suas falas com ela.

Anielle diz que se sente “ao mesmo tempo, em que eu me senti invadida, vulnerável, exposta, eu também sinto uma gana danada de lutar por um lugar mais justo para mim e para você. Eu, Anielle, não permitirei que a minha história seja resumida à violência” e conclui que não permitirá que sua história de vida seja resumida a esse ato de violência sofrida.


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Ex-ministro Silvio de Almeida é acusado de importunação sexual (Foto: reprodução: MIGUEL SCHINCARIOL/Getty Images Embed)


Posição de Silvio de Almeida

À época das denúncias, o então ministro da Igualdade Racial, Silvio de Almeida, se defendeu, afirmando, por meio de nota e vídeos em redes sociais, negando que tenha feito importunações sexuais à Anielle Franco.

Ele se defendeu afirmando que “Eu quero, em primeiro lugar, repudiar com absoluta veemência as mentiras, as falsidades que estão sendo assacadas contra mim. Eu também repudio tais acusações e faço isso com a força do amor, do respeito que eu tenho pela minha família, pela minha esposa, pela minha amada filha de um ano. Toda, mas toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. É preciso saber o que de fato aconteceu e não apenas essas mentiras, denúncias anônimas, coisas que não se podem comprovar”.

O advogado do ex-ministro, Nélio Machado, afirmou à reportagem do Fantástico que seu cliente nega todas as acusações e o mais importante neste caso, para a defesa, é que seja feita de forma sigilosa esta investigação. 

Nélio afirma que não teve acesso a nenhum depoimento e tudo o que sabe sobre o caso é pela imprensa. Ele afirma que “não é razoável e que, em plena vigência da Constituição, que se chama de 'Constituição Cidadã', a defesa saiba de episódios esparsos a partir do noticiário, da imprensa, falada, televisada” e termina afirmando que vai confrontar em juízo todas essas versões e a verdade vai prevalecer.


Foto Destaque: Anielle Franco falou ao Fantástico sobre as agressões sexuais sofridas (Reprodução/EVARISTO SÁ/AFP/Getty Images Embed)

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