Nesta sexta feira (26), o Jornal Nacional recebeu a candidata à presidência da república, Simone Tebet (MDB), encerrando por tanto as sabatinas com os presidenciáveis. Confira os principais assuntos debatidos na entrevista com a ex-senadora do Mato Grosso do Sul:
Corrupção no MDB
A candidata foi questionada sobre casos de corrupção recentes no país que tiveram envolvimento de políticos do MDB
Ela respondeu que o MDB não é só "meia dúzia de seus políticos e caciques". Disse ainda que "meia dúzia", de fato, esteve envolvida em escândalos de corrupção em governos do PT.
Políticas para as mulheres
A mdebista defendeu durante a entrevista políticas públicas voltadas para o público feminino. Ela disse que, se eleita, vai dar prioridade a um projeto que estabelece a paridade salarial entre mulheres e homens que exerçam as mesmas funções.
Questionada sobre o fato de mais de 60% das candidaturas de seu partido serem de homens e apenas 33% de mulheres, a candidata argumentou que o MDB não está abaixo de outros partidos.
Tebet também defendeu um projeto que prevê pelo menos 30% dos postos nas direções-executivas dos partidos ocupados por mulheres.
“A mulher vota em mulher se ela souber que tem uma mulher competitiva, corajosa, que tem currículo, que trabalhe. Quantas mulheres de chão de fábrica? Quantas professoras? Quantas líderes comunitárias? Quantas mulheres das comunidades têm condições e liderança? Então, quando nós tivermos 30% de mulheres nas executivas, nós vamos fazer a diferença”, pontuou
Centrão
A candidata afirmou que, se eleita, governará com os que acreditam que a democracia é o melhor caminho
“Eu não sou mais candidata do MDB. Eu sou candidata do MDB, do PSDB, do Cidadania, do Podemos e de uma legião de pessoas que não querem mais voltar ao passado e muito menos permanecer no presente. Então, diante disso e com esse corpo de pessoas de bem, éticos, honestos, é que nós vamos, ganhando as eleições – se nós ganharmos as eleições –, governar com a maioria do centro democrático, da frente democrática”, disse.
Tebet afirmou que, no atual modelo político do país, o presidencialismo deixa de ser de coalizão (aliança entre partidos afins) e passa a ser de "cooptação" (quando as alianças são meramente em troca de cargos e poder).
“Nós temos que deixar de lado esse chamado presidencialismo de coalizão, que na verdade é de cooptação, que aconteceu no mensalão no passado. Compraram a consciência dos parlamentares para tentar uma reeleição. Foram descobertos, voltaram com o petrolão, fatiaram a maior estatal do Brasil e colocaram ali inclusive gente do meu partido, que você tem razão, e do partido do atual presidente da República”, salientou a candidata.
Orçamento Secreto
Ela disse que vai ampliar a transparência dessas emendas, o que de acordo com a candidata, vai coibir a prática do pagamento pouco criterioso da verba.
"Por que o orçamento brasileiro está na mão do Congresso? Porque nós temos um governo que não planeja nada. Ele não sabe onde quer chegar, para onde ele quer ir, não tem projeto de país e, com isso, o dinheiro fica solto. Cada um faz um puxadinho, daqui a pouco essa casa cai. Porque o alicerce, a base, não foi feito o dever de casa, que é o orçamento", criticou Tebet.
Erradicação da Fome e da Miséria
Tebet citou um projeto de lei, relatado por ela no Senado, que trata da criação de uma Lei de Responsabilidade Social que prevê a criação de benefícios sociais e metas para a redução da pobreza.
De acordo com Tebet, a erradicação da miséria por meio desse projeto depende de “duas coisas que estão acontecendo: reforma tributária e o Brasil voltar a crescer”, e completou:
"Quando o Brasil voltar a crescer e gerar emprego, você também diminui [a miséria]. Então, não é erradicar a pobreza só com dinheiro público. E, erradicar a pobreza, não é dando só transferência de renda. É dando o peixe ensinando a pescar".
Simone Tebet sendo entrevistada pelos jornalistas Renata Vasconcellos e Willian Bonner. (Foto Reprodução: TV Globo)
Saúde
A candidata do MDB à Presidência defendeu a decretação de estado de calamidade pública ou de emergência para custear um programa de repasses a prefeitos a fim de zerar as filas em procedimentos atrasados no SUS em razão da pandemia da Covid.
“Nós podemos decretar continuidade, estado de calamidade ou estado de emergência. Porque dinheiro tem, às vezes não tem o teto. Para fim de dizer para o prefeito: ‘Cumpra sua parte, faça os exames, mande a nota e nós vamos pagar’”, afirmou
E continuou:
“O governo abriu calamidade pública, estabeleceu que tudo era calamidade pública para gastar dinheiro que não tem, para emitir títulos, para furar teto. Para fazer orçamento secreto, para cobrir gastos que não são da pandemia”
Reforma Tributária
Tebet disse que a proposta defendida por ela já tramita no Congresso e, por isso, poderia ir à sanção nos primeiros seis meses de seu eventual governo.
"A mais importante [reforma tributária] hoje é a do consumo. Porque quem mais paga imposto no Brasil é o pobre. É o que mais consome. Proporcionalmente à renda, quanto você deixa no supermercado, quanto eu deixo? E quanto o pobre deixa no supermercado? Ele deixa metade, pouco mais da metade do salário dele", concluiu
De acordo com a candidata, a proposta simplifica os impostos sobre o consumo, permitindo que empresas economizem R$ 60 bilhões por ano em trâmites burocráticos.
FGTS
No último tema abordado na sabatina, os entrevistadores questionaram sobre a proposta incluída em seu plano de governo de criar um "seguro de renda" para trabalhadores informais.
De forma bem genérica a candidata explicou como seria essa proposta
“É um FGTS para os informais que estão no Auxílio Brasil, e já tem números e valores. A cada declaração, ele vai dizer o quanto ele realmente ganha na informalidade. É um pedreiro, trabalha uma vez por semana e ganha R$ 150, R$ 190 na semana. Então ele chegou no final do mês, recebeu R$ 800, nós vamos depositar 15% [desse valor]", disse.
Foto Destaque: Simone Tebet encerrou as sabtinas promovidas pelo Jornal Nacional. Foto Reprodução: TV Globo