Na última segunda feira (22), o Jornal Nacional da TV Globo começou a sua sabatina com os presidenciáveis nas eleições de outubro. O primeiro sabatinado foi o atual presidente da república Jair Bolsonaro (PL), que busca sua reeleição. Confira os principais momentos da sabatina:
Urna eletrônica
Bolsonaro foi questionado se assumiria um compromisso de respeito ao resultado das urnas, o presidente então disse: "Seja qual for o resultado das urnas, eleições limpas devem e têm que ser respeitadas. Limpas e transparentes tem que ser respeitadas".
O presidente colocou em dúvida várias vezes sobre as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral. Os ataques de Bolsonaro já foram desmentidos por autoridades oficiais e especialistas.
"Em 2014, tivemos eleições. No segundo turno, o PSDB duvidou da lisura das eleições e contratou uma auditoria. A conclusão da auditoria do PSDB: as urnas são inauditáveis", disse. Mas, ao contrário do que ele afirma, as urnas são auditáveis e seguras.
Alexandre de Moraes – Presidente do TSE
Sobre os repetidos ataques contra o sistema eleitoral e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o candidato disse a priori que nunca havia xingado um ministro.
Mas quando foi confrontado com o fato de ter chamado Alexandre de Moraes de "canalha", afirmou que usou essa palavra porque “a temperatura subiu”. Segundo Bolsonaro, depois da posse do ministro como presidente do TSE, na semana passada “pelo que tudo indica", a relação com Moraes agora está "pacificada”
Alexandre de Moraes é relator do inquérito das fake news, que investigam a disseminação organizada de informações falsas pelas redes sociais, e dos atos antidemocráticos, que investigam manifestações de rua que atacam as instituições do Estado de Direito. Bolsonaro é investigado neste inquérito por conta dos ataques às urnas.
Pandemia da Covid 19
O atual presidente foi lembrado de declarações em que desestimulou a população a tomar vacina. Em uma delas, disse que a pessoa poderia virar "jacaré". Na entrevista, Bolsonaro se justificou: afirmou que usou uma "figura de linguagem"
Ele disse também que o governo não aceitou as primeiras ofertas da farmacêutica Pfizer para vender vacinas ao Brasil porque a empresa não se responsabilizava pelos efeitos colaterais
Questionado sobre a demora do governo federal para adquirir imunizantes contra Covid-19, Jair Messias afirmou que não tinha vacina no mercado.
Em nota a Pfizer afirmou ter ficado 93 dias esperando resposta do Ministério da Saúde sobre uma oferta de doses para o governo brasileiro.
Quando questionado sobre as mortes, o presidente disse que lamentava, mas insistiu em defender teses comprovadamente ineficazes para o combate à pandemia, como o chamado "tratamento precoce".
"Lamento as mortes. Não tem quem não perdeu um parente ou um amigo. Lamento as mortes. Agora, não poderia ser tratada, a Covid, da forma como começou a ser tratada. E quando você fala em tratamento precoce, lembre-se que no protocolo do (ex-ministro da Saúde) Mandetta tinha o tratamento precoce lá, mas só em casos graves -onde eu não concordei com ele".
Bolsonaro reunido com deputados do bloco "centrão". (Foto Reprodução: Folha de São Paulo)
Centrão
Durante seus 27 anos exercendo o cargo de deputado federal, Bolsonaro foi filiado aos partidos PTB, PFL, PP, que integram o bloco fisiológico, e atualmente disputa as eleições pelo PL, também integrante do bloco chamado Centrão.
Em 2018, ele se apresentou como um candidato antissistema e chegou a dizer que nunca faria parte do Centrão. Porém, em declarações recentes, o candidato do PL mudou o posicionamento e passou a afirmar com frequência que sempre integrou o bloco fisiológico.
Liberdade de Expressão
Bolsonaro foi questionado de que alguns de seus apoiadores, pedem ações inconstitucionais, como o fechamento do Supremo e a volta da ditadura. Para o candidato, essas reivindicações ilegais são "liberdade de expressão".
"Se você vir as manifestações nossas, sem qualquer ruído, sem uma lata de lixo sequer virada nas ruas, eu considero isso como liberdade de expressão", afirmou o candidato
MEC
O candidato à reeleição foi questionado pelos âncoras do Jornal Nacional sobre a sequência de escândalos e substituições de ministros na Educação. A pasta teve cinco chefes em um mandato.
Bolsonaro disse que "as pessoas se revelam quando chegam" e que, na visão dele, não há "nada" que incrimine Milton Ribeiro no caso dos pastores.
Interferência na Polícia Federal
Bolsonaro foi perguntado sobre as suspeitas de que tenha interferido no comando da Polícia Federal para abafar investigações de corrupção ligadas ao governo federal. Bolsonaro minimizou essa denúncia de "interferência", mas não explicou a mudança no discurso anterior de que não havia corrupção em seu governo.
Foto Destaque: Jair Bolsonaro foi o primeiro entrevistado na sabtina do Jornal Nacional. Foto Reprodução: Tv Globo.