A Plataforma Democrática Unitária (PUD), que funciona como um conjunto de partidos ou grupos que se unem para se opor ao partido ou governo atual, no caso, ao presidente Nicolás Maduro na Venezuela, relatou que “por unanimidade” Edmundo González Urrutia foi oficialmente lançado como candidato para as próximas eleições presidenciais, agendadas para o dia 28 de julho.
Osmar Barbosa, secretário-executivo do PUD relatou: “será uma campanha vitoriosa". Em declaração afirma que González está inscrito no Conselho Nacional Eleitoral.
O comunicado sobre a candidatura de González ocorreu após Corina Yoris ter sido impedida de concorrer às eleições presidenciais. Até março a coalizão informou não ser possível o acesso ao sistema de inscrição.
O governo vem sendo acusado pelas lideranças da oposição de impor barreiras a candidaturas oposicionistas. O governo nega as acusações.
Em março, um dia antes do prazo final em que poderiam ser feitas substituições, ocorreu a retificação de González como candidato. Diante desse contexto, o PUD anunciou que optou por registrar temporariamente González "para garantir a preservação dos direitos políticos de nossa organização até que possamos formalizar nossa candidatura unitária".
As nações estão unidas
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e presidente da Colômbia, Gustavo Petro em conversa para destravar as eleições venezuelanas (Reprodução/RicardoSturckert/PR)
Foi apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pelo então presidente da Colômbia, Gustavo Petro, um plano em duas fases para destravar as eleições venezuelanas, durante a passagem do presidente brasileiro em Bogotá.
A Venezuela está enfrentando uma crise política e econômica prolongada, caracterizada por instabilidade política, hiperinflação, escassez de alimentos e remédios, onde acarretou na saída de em torno 7,5 milhões de pessoas do país, segundo estimativas do Altas Comissionados da Organização das Nações Unidas. A comunidade internacional tem buscado soluções, mas os desafios persistem.
Trajetória diplomática de Edmundo González
A carreira diplomática de González é marcada por décadas de serviços dedicados aos interesses da Venezuela e ao cenário internacional.
Serviu como embaixador na Argélia entre 1991 e 1993 e também na Argentina nos primeiros anos do governo de Hugo Chávez.
Com 74 anos, González desde seus primeiros anos como diplomata, sempre se mostrou com habilidades de negociação e liderança.
Edmundo González Urrutia (foto), 74 anos, é diplomata e já foi embaixador da Venezuela na Argentina (Reprodução/gação/Instituto de Estudios Parlamentarios Fermín Toro)
Sua expertise e experiência o tornaram uma figura significativa na política externa venezuelana, contribuindo para o diálogo e cooperação entre nações em diferentes contextos globais.
Após o anúncio de González na oposição, comentários e reações foram notados. “Temos um candidato”, disse Corina Yoris através da rede social X. Unidade acima de tudo.
“Como sempre dissemos, o futuro da Venezuela tem que vir em primeiro lugar”, disse Manuel Rosales, governador do estado de Zulia, na sua rede social X.
Repercussão internacional
A recusa da PUD em registrar a candidatura de Yoris para as eleições causou surpresa nacional e internacional. Vários países, incluindo Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru e Uruguai, expressaram séria preocupação com os obstáculos enfrentados pelos candidatos venezuelanos.
O Ministério das Relações Exteriores do Uruguai, em nome desses governos, declarou que tais restrições estão impedindo o progresso em direção a eleições democráticas na Venezuela.
Foto Destaque: PUD confirma Edmundo González como candidato para eleição presidencial (Reprodução/Reuters/G1)