Na semana pós tragédia causada por conta das fortes chuvas que atingiram o litoral paulista, governo estadual de São Paulo pede para que se evite a ida nas cidades atingidas da região para fins turísticos, a fim de que não atrapalhe a reconstrução das cidades e encham as estradas e assim, atrapalhe a chegada de equipes de resgate, de mantimentos e água potável. Segundo o presidente da associação Comercial de São Sebastião, uma das cidades mais castigadas, “Agora não é o momento de vir turista para cá".
Esse é o primeiro verão sem restrições impostas pela pandemia de Covid-19, e havia uma expectativa de lucro acima de 25% comparado ao ano anterior, ainda com restrições. Segundo Olivio Balut, o presidente da associação Comercial de São Sebastião, "Estávamos esperando a melhor temporada de todos os tempos".
Todo o litoral norte paulista tem bloqueios feitos pela PM para que se evitem a chegada de novos turistas, podendo apenas passar equipes de resgate, caminhões com mantimentos e água potável. Empresários do setor hoteleiro se reuniram na sexta-feira (24), menos de 1 semana após a tragédia, e pediram para que o Governador Tarcísio de Freitas reverta os bloqueios e logo a ordem para que turistas evitem a região, pois segundo eles o município mais afetado é o de São Sebastião. O governo estadual rejeitou esse pedido e lançou um programa de crédito de 200 milhões de reais para pequenos e médios empresários da região, com prazo de até 5 anos para pagamento.
A ajuda do @governosp vai chegar a todos que foram afetados pelas chuvas do Litoral Norte. Produtores e pescadores que tenham sofrido prejuízo contam agora com uma linha de crédito emergencial da @agriculturasp para manutenção e recuperação da produção agropecuária ou pesqueira. pic.twitter.com/IVe4yoeKzi
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) February 26, 2023
Post do governador de São Paulo sobre a linha de crédito concedida
O setor hoteleiro é o que mais deve sentir os impactos do desastre ambiental. Os cancelamentos chegaram a 100% por conta da recomendação do governo estadual e também pela empatia das pessoas, que entenderam por bem, que não seria o momento ideal para visitar as cidades. Muitos desses hóspedes aceitaram ou negociaram para mais a frente suas estadias nesses hotéis.
Na cidade de São Sebastião, as perdas desses hotéis e pousadas foram além de cancelamentos ou postergação de estadias de hóspedes. Muitos desses lugares, em virtude do alagamento causado pelas fortes chuvas, grande parte da mobília foi perdida, principalmente as que ficam nas áreas mais baixas dos pavimentos. Camas, colchões, molhados pela lama estão sendo descartados, paredes inteiras vão ter que ser pintadas e também reconstruídas, naquelas que a água pode ter causado algum dano estrutural.
Em São Sebastião a escola municipal Branca de Neve se transformou em abrigo para as pessoas que conseguiram fugir de suas casas, muitas delas apenas com a roupa do corpo, e ali é mantido um ponto de apoio, onde é fornecido gratuitamente água potável e alimentação, além de poderem passar a noite.
Governador Tarcísio de Freitas e ministra do Meio Ambiente Marina Silva sobrevoam a área da tragédia (Foto: Reprodução/Twitter)
Barraqueiros, vendedores informais que trabalham nas areias das praias, estão passando por um momento bem delicado, pois o verão é o momento de maior vendagem para essas pessoas. José Alfredo Moura de Oliveira, sorveteiro que trabalha a décadas empurrando seu carrinho pelas praias da região, diz que tem recebido ajuda de alguns que já o conhecem, contando assim com a empatia de clientes antigos, ele diz, "Me ligam, pedem meu Pix e dizem que estão pagando os sorvetes adiantados".
O governo federal autorizou por conta do estado de calamidade da região, e por lei é regulamentado, o saque do FGTS e a expectativa é de que isso ajude a economia da região crescer novamente.
Foto Destaque: Tragédia no litoral norte paulista. Reprodução/Twitter.