A rinoplastia ou cirurgia estética do nariz tem se tornado cada vez mais popular, sendo que o número de cirurgias realizadas aumentou cerca de 40% em relação ao início dos anos 2000. Mas não é só o aumento da procura que tem mudado; ao longo dos anos, diversas modificações na técnica original foram adotadas a fim de evitar sequelas estéticas e funcionais tardias do nariz operado. Recentemente a publicação de uma nova técnica nos Estados Unidos chamou a atenção de médicos e pacientes de todo o mundo e rapidamente ganhou adeptos: a rinoplastia preservadora.
Para entender mais sobre o assunto conversamos com o Dr. Wendell Uguetto que é cirurgião plástico pela Faculdade de Medicina da USP; além disso, tem título de especialista em Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial e subespecialidade em Rinoplastia. Segundo ele, a vantagem dessa técnica é que as estruturas internas que dão sustentação ao nariz não são retiradas ou cortadas, elas são preservadas e mudadas de posição, dessa forma o resultado estético e funcional se mantém estável ao longo dos anos. “Nas rinoplastias feitas com as técnicas antigas ou até mesmo nas rinoplastias estruturadas temos com o passar dos anos uma atrofia das cartilagens internas, desencadeando sequelas estéticas e funcionais alguns anos depois da cirurgia. Na rinoplastia preservadora isso não acontece”, completa o médico.
Mas o que surpreende ainda mais é que segundo o Dr. Wendell Uguetto uma técnica muito semelhante a essa foi criada no Hospital das Clínicas da USP e publicada há mais de 25 anos em revistas médicas internacionais de grande impacto. “Essa técnica que descrevem como revolucionária e nova é a mesma técnica que aprendi na minha residência médica de 2006 a 2008 e a mesma técnica que ensinava aos meus residentes”.
Após finalizar sua especialização em Cirurgia Plástica, Wendell Uguetto passou alguns anos se aperfeiçoando em rinoplastia preservadora, chamada de push down, e passando seus conhecimentos aos alunos e residentes de cirurgia plástica no grupo de Rinologia do Hospital das Clínicas da USP. “Há muitos anos nós já sabíamos que essa técnica é muito superior à todas as outras, mas pelo fato de ter uma curva de aprendizado mais longa e não ter aceitação mundial por ser brasileira, pouquíssimos médicos continuavam fazendo. Como fiquei no serviço por bastante tempo e aprendi muito bem a fazer dessa maneira, é o modo que faço até hoje. Agora que a técnica ganhou sucesso mundial, é o desejo de todo paciente.”
Foto Destaque: Reprodução