De acordo com os advogados de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, a sua esposa e ex-primeira-dama fazia uso de cartão de crédito da amiga, pois seu marido é “muito pão-duro.”
Com o intuito de apresentar suas versões sobre as movimentações financeiras que dizem respeito à Jair Bolsonaro, sua esposa e o seu ex-ajudante o tenente-coronel Mauro Cid, a equipe que forma a defesa do ex-presidente convocou uma coletiva com a imprensa nessa segunda-feira (15).
Advogados de Bolsonaro. (Foto: Reprodução/Twitter)
Segundo o advogado e ex-ministro-chefe da Secom de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, a ex-primeira-dama começou a fazer uso de um cartão adicional da Caixa Econômica Federal de uma conta de sua amiga de longa data, a qual recebe o nome de Rosimary Cardoso Cordeiro.
Conforme os relatos, Michele realizava pequenas compras mensais no cartão da amiga, quando a mesma recebia a fatura, passava a Michele, informando o quantitativo a ser pago naquele mês.
Quando questionado sobre o motivo pelo qual Michelle utilizava um cartão em nome da amiga e não do ex-presidente, Wajngarten respondeu o que a própria Michele havia dito a ele meia hora antes: “o meu marido sempre foi muito pão-duro.”
Também foram manifestadas defesas com relação ao tenente-coronel Mauro Cid, o qual estava sendo noticiado no fim de semana sobre as notícias que envolviam o pagamento em dinheiro vivo das despesas da ex-primeira-dama.
A defesa disse que Cid era responsável pelo saque de dinheiro na agência do Palácio do Planalto de valores em espécie com o intuito de arcar com as despesas de Bolsonaro e sua família. No entanto, o mesmo tinha que apresentar uma planilha com os gastos e saques realizados, bem como os recibos de contas pagas.
Wajngarten, fez uma apresentação de uma tabela contendo os gastos mensais de Jair Bolsonaro pagos em dinheiro em espécie de saques realizados em sua conta pessoal, também será disponibilizado um livro, caixa aos responsáveis pela investigação.
De acordo com a tabela apresentada, os saques realizados mensalmente da conta pessoal de Jair Bolsonaro tiveram início no mês de fevereiro de 2019 e continuaram até 2022, com exceção do mês de junho de 2020.
A partir das informações dos defensores, os saques durante seu período de governo variavam entre R$ 5.680 (maio/2020) e R$ 25.350 (abril/2019), a maioria dos meses totalizando em um valor entre R$ 10 mil e R$ 20 mil em dinheiro vivo.
Os saques mensais foram aumentando progressivamente no decorrer do governo. No início de seu governo (2019) a somatório da maior parte dos meses resultavam em menos de R$ 10 mil em saques, enquanto nos meses sucessores de 2020, os valores eram superiores.
Registro de gastos ao final de cada ano do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL):
- 2019: R$ 129.160
- 2020: R$ 147.790
- 2021: R$ 171.000
- 2022: R$ 186.300
Somando todos os valores, no total resultaram em cerca de R$ 634.250 em quatro anos.
Segundo o ex-secretário de Comunicação, tal procedimento foi utilizado desde o começo do governo com o intuito de evitar fraudes em sua conta. Ademais, foi mencionado que o dinheiro era utilizado a fim de pagar os gastos pessoais, não sendo permitido o pagamento do cartão corporativo da presidência, como por exemplo, para o pagamento de absorventes. Também foi falado por Wajngarten que Bolsonaro “jamais utilizou o cartão corporativo pessoal”.
Foto destaque: Ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado de sua esposa. Reprodução/Twitter
