Notícias

Cruz Vermelha ainda aguarda acesso a reféns em Gaza

Autoridades continuam sem permissão para visitar reféns do Hamas, enquanto EUA pressionam por acesso e residentes enfrentam dilema entre a ocupação israelense e a autoridade do grupo extremista

29 Nov 2023 - 15h15 | Atualizado em 29 Nov 2023 - 15h15
Cruz Vermelha ainda aguarda acesso a reféns em Gaza Lorena Bueri

Autoridades da Cruz Vermelha continuam sem permissão para visitar os reféns mantidos pelo Hamas em Gaza, violando o acordo de trégua entre Israel e o grupo extremista. Conforme estipulado no acordo, a Cruz Vermelha deveria ter acesso aos reféns até o final do quarto dia da trégua, mas as negociações ainda não permitiram isso.

O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, enfatizou a importância do acesso da Cruz Vermelha aos reféns, conforme previsto no acordo. Os Estados Unidos têm instado os mediadores do Catar a pressionarem o Hamas nessa questão, buscando também provas de vida como parte dos esforços para estender a pausa e garantir a libertação dos reféns.

Apesar do impasse, fontes da CNN indicam que o atraso na visita da Cruz Vermelha não deve, por enquanto, impactar o acordo de trégua. O porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Jason Straziuso, ressaltou que a organização só pode agir com a concordância de ambas as partes envolvidas.

"Temos insistido desde o primeiro dia em conversas diretas com o Hamas que eles libertem os reféns, exceto que nos seja permitido visitar as vítimas e que essas pessoas possam se comunicar com suas famílias", afirmou Straziuso. Ele destacou a disposição da Cruz Vermelha em verificar o bem-estar dos reféns e fornecer assistência, mas enfatizou a necessidade de permissão para garantir a segurança de todos.

Entre a cruz e a espada

Enquanto a situação dos reféns permanece tensa, os residentes da Faixa de Gaza se veem presos entre a "ocupação" de Israel e a "ditadura" dos movimentos  extremistas palestinos, revela uma pesquisa conduzida pela cientista política Amaney Jamal, da Universidade de Princeton. A pesquisa indica que dois terços da população de Gaza, submetida ao bloqueio israelense desde 2007, não confiam no poder "corrupto" e "autoritário" do Hamas.

Jamal destaca que os moradores de Gaza atribuem seus problemas econômicos não apenas ao bloqueio israelense, mas também à corrupção do próprio Hamas. A pesquisa revela um cenário de desconfiança generalizada, com a população buscando soluções negociadas, enquanto uma minoria expressa apoio à "resistência armada."

"Existe a ocupação israelense" dos territórios palestinos e "existem os regimes do Hamas e da Autoridade Palestina, que ao longo do tempo se tornaram mais ditatoriais e autoritários", afirma Jamal à AFP. "O palestino médio, acostumado com a ocupação de Israel, vive agora sob ocupação dos dois poderes", aponta Jamal.

Seu estudo, intitulado de "O que os palestinos realmente pensam do Hamas" e realizado entre o final de setembro e o dia 6 de outubro, coletou informações de  uma amostra de 790 pessoas na Cisjordânia e 399 na Faixa de Gaza. Durante um período do estudo houve uma interrupção mediante aos ataques entre Hamas a Israel, que provocaram a morte de  1.200 pessoas, segundo Tel Aviv.

"Antes dos ataques, 67% dos palestinos de Gaza não confiava ou confiava pouco no Hamas", afirma a pesquisadora. Com isso, Jamal afirma que a premissa de que "toda a Faixa de Gaza apoia o Hamas e que, portanto, todo o território deveria ser responsabilizado pelos atos atrozes" perpetrados pelo grupo extremista é uma falácia.


Amaney Jamal é a autora do estudo sobre o apoio dos palestinos aos Hamas (Foto: reprodução/Princenton University)


Apartheid

Mesmo sem o apoio ao Hamas, muitos palestinos foram afetados com a situação presente na guerra. Antes mesmo de instaurarem os novos conflitos armados, o povo residente na Faixa de Gaza já era afetado pela gestão governamental do Estado de Israel, comandada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a que o Human Rights Watch chegou a sugerir que havia criado uma condição de apartheid para os palestinos.

Segundo o documento Um Limiar Ultrapassado do Human Rights Watch, o termo surge para designar a discriminação que os israelenses realizam sobre os palestinos. A opressão varia mediante as regras estabelecidas pelo governo de Israel. Algumas das restrições para os 4.7 milhões de palestinos incluem o impedimento do direito de ir e vir, a confiscação de suas terras, a proibição de direitos básicos, entre outros. Essa condição acabou sendo um dos agravantes para o desenrolar atual do conflito Israel-Hamas.

Foto destaque: Cruz Vermelha tem desempenhado o papel de resgate de reféns na Guerra Israel-Hamas (reprodução/Contacto/AFP)

Lorena Bueri CEO, Lorena Bueri, madrinha perola negra lorena bueri, lorena power couple, lorena bueri paparazzi, Lorena R7, Lorena Bueri Revista Sexy, Lorena A Fazenda, Lorena afazenda, lorena bueri sensual, lorena gata do paulistão, lorena bueri gata do paulistão, lorena sexy, diego cristo, diego a fazenda, diego cristo afazendo