De acordo com o relatório divulgado pela ONG SOS Mata Atlântica, a mancha de poluição do Rio Tietê cresceu 31% no último ano. Além disso, infelizmente as águas consideradas ruins passaram de 122 km em 2022 para 160 km de extensão em 2023. Em 2022, a mancha já havia crescido em torno de 40% em relação ao ano de 2021; este número representa 27,7% dos 576 km monitorados do rio.
Divulgado nesta terça-feira (19), o estudo apresenta o avanço dos indicadores de qualidade da água do rio Tietê, com base nos dados do monitoramento mensal realizado pelo programa ‘Observando os Rios’.
Um dos fatores que explica essa situação é a questão climática, "O regime de chuvas está cada vez menos regular, com interferência direta nas vazões do rio e no volume de água nos reservatórios da bacia hidrográfica. O período de seca resulta na concentração de poluentes e nutrientes que comprometem a qualidade da água; e, ao mesmo tempo, temporais acarretam o carreamento de cargas difusas de poluição" - de acordo com o documento.
Animais consomem água imprópria no Rio Tietê (Foto:Reprodução/ SOS Mata Atlântica)
Vale também ressaltar que um dos possíveis motivos para o aumento na mancha de poluição, está atrelado ao grande número de pessoas que não possuem acesso à moradia digna e obviamente, não possuem um sistema de tratamento de esgoto.
Qualidade das águas
Em relação à qualidade das águas do Alto e Médio Tietê, o relatório apontou que 10,2% dos pontos analisados têm água de boa qualidade; 57,6% têm qualidade regular; 22% têm água de qualidade ruim e nenhum registro aponta a qualidade da água como ótima.
Segundo o relatório da SOS Mata Atlântica, a qualidade da água classificada como boa caiu de 16,2% para 10,8%, mesmo com os trechos considerados ruim e péssimo terem diminuído.
Qualidade da água no Rio Tietê
Apesar do aumento da extensão da mancha de poluição no Rio Tietê, após três anos de queda, os números relacionados a qualidade da água apresentaram melhoria. Despoluir rios é responsabilidade de todos, e precisa se tornar prioridade dos atuais e futuros governantes. Assim como nos preocupamos com a água que consumimos, é necessário nos preocuparmos com a recuperação dos rios.
Foto Destaque: Trecho do Rio Tietê é coberto por espuma tóxica. Reprodução/ Junior Camargo/ G1.