Na madrugada desta segunda-feira (24), Coreia do Norte e Coreia do Sul trocaram tiros de advertência na costa oeste dos países, o motivo foi que a acusação mutua de violar as fronteiras marítimas em meio ao aumento da tensão militar. As informações são da agência de notícias Reuters.
O Estado-Maior Conjunto de Seul (JCS), órgão sul-coreano, veio a público dizendo que transmitiu avisos e disparou tiros de advertência ao ver um navio mercante norte-coreano cruzando a Linha de Limite Norte (NLL), linha marítima que faz fronteira de fato, por volta das 3h40 do horário local e 15h40 no horário de Brasília, do domingo (23).
Já as tropas militares da Coreia do Norte afirmam que foi um navio da marinha sul-coreana que violou a NLL e que foi disparado 10 projéteis de artilharia e advertência “com o pretexto de rastrear um navio não identificado”, segundo a mídia estatal. “Ordenamos contramedidas iniciais para expulsar fortemente o navio de guerra inimigo”, disse um porta-voz do Estado-Maior do Exército Popular da Coreia do Norte, segundo a agência de notícias oficial KCNA.
Posto militar sul-coreano que foi atingido por tiros do lado norte-coreano da fronteira que separa os países. (Foto Reprodução: AP)
O Estado-Maior Conjunto de Seul (JCS) se pronunciou dizendo que realizou uma “operação normal” na invasão da fronteira e também que a ação da Coreia do Norte viola um pacto militar bilateral que existe desde 2018, onde proíbe “atos hostis” nas áreas de fronteira. “Mais uma vez pedimos à Coreia do Norte que cesse imediatamente provocações e acusações consistentes que prejudicam a paz e a estabilidade da península coreana, bem como a comunidade internacional”, disse o JCS em comunicado.
Essas trocas de tiros são realizadas em um momento de tensão militar, visto que, nas últimas semanas a Coreia do Norte lançou mísseis balísticos de curto alcance nas costas leste e oeste do país, atitude que foi considerada provocação por parte dos governos sul-coreano e japonês.
As tropas sul-coreanas iniciaram seus exercícios anuais de defesa em Hoguk na semana passada, podendo durar até 28 de outubro, reunindo cerca de 20 navios de guerra e ativos dos EUA, como helicópteros de ataque. Seu objetivo é para aumentar sua própria capacidade combinada com os Estados Unidos de combater as ameaças nucleares e de mísseis do lado Norte. A cidade de Pyongyang, na Coreia do Norte, reagiu com raiva aos exercícios, os chamando de provocações e ameaçando contramedidas. Seul e Washington dizem que seus exercícios são defensivos e visam dissuadir o Norte.
Foto Destaque: Coreias trocam tiros de advertência na fronteira. Reprodução: Reuters