Nascido na África do Sul, Elon Musk mudou-se para o Canadá ainda na adolescência. Tempos depois, foi cumprir sua jornada de estudos nos Estados Unidos, onde frequentou a Universidade da Pensilvânia e se naturalizou norte-americano.
Bacharel em Física e Economia, o homem mais rico do mundo trabalha com tecnologia desde 1995. De investidas ambiciosas, Elon Musk é dono de empresas bilionárias, sendo a SpaceX e a Tesla, as mais conhecidas. Agora, além desses investimentos, Musk resolveu se aventurar na aquisição da rede social Twitter, onde aplicou US$44 bilhões (aproximadamente R$215 bilhões).
Nesta segunda-feira (25), o entusiasta detentor de um patrimônio avaliado em US$273 bilhões (R$1,3 trilhão), anunciou a compra do Twitter. No entanto, de acordo com o Washington Post, a aquisição tem preocupado os funcionários da empresa, pois estes notam diferenças entre os valores estabelecidos pelo Twitter e a postura do seu novo CEO.
Para concretizar seu interesse, o sul-africano pretende deixar o Twitter fora da bolsa de valores e criar um algoritmo de código aberto. Em outras palavras, os reguladores da plataforma podem sofrer mudanças, o que pode minar iniciativas de combate às fake news, ao discurso de ódio e, até mesmo, o controle de casos de assédio sexual.
Elon Musk se torna o novo proprietário do Twitter (Foto: Reprodução/Bitcoin Angola).
Há algumas semanas, Musk vem demonstrando certo apelo pela “liberdade de expressão”, discurso bastante utilizado por políticos conservadores para justificar a disseminação de notícias falsas e o discurso de ódio. Quando o empreendedor se tornou acionista da plataforma, no início do mês, o conservadorismo abriu suas asas e solicitou o retorno do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Trump foi banido do Twitter no dia 6 de janeiro de 2021 sob o risco de incitação à violência após o ataque de seus apoiadores ao Capitólio, em Washington; VEJA.
Ex-presidente norte-americano, Donald Trump, foi permanentemente banido do Twitter (Foto: Reprodução/Reuters).
Segundo o jornal britânico Financial Times, a compra do Twitter por Musk tem preocupado os democratas norte-americanos. A democrata Mary Anne Marsh demonstrou receio sobre a mudança de gestão:
"Todo mundo deveria se preocupar com isso. Vimos o impacto que Trump conseguiu ter com sua conta no Twitter antes, seja questionando o local de nascimento de Barack Obama ou rejeitando os resultados da última eleição. Imagine o que ele fará para recuperar o poder em 2022 ou 2024, quando não houver ninguém para detê-lo?", comenta.
O professor de políticas públicas da Universidade de São Paulo (USP), Pablo Ortellado, também alertou para os efeitos da flexibilidade na moderação da plataforma:
"A redução da moderação deve tornar o ambiente no Twitter ainda mais agressivo e poluído —mas essas mudanças não devem ir muito longe, porque o Twitter perderia usuários, trazendo prejuízo econômico", avalia em seu perfil.
Já para os republicanos, aliados de Trump, a ascensão de Musk no Twitter demonstra uma quebra na “censura” e a possibilidade de retorno daqueles que foram banidos por ferirem a política da plataforma.
Com mais de 85 milhões de seguidores no Twitter, Elon Musk é capaz de movimentar a bolsa de valores com apenas um tweet, o que demonstra o seu poderio na economia mundial. Em 2021, sua empresa Space X conseguiu um grande feito ao levar turistas para curtirem 3 dias no espaço. Ainda sobre a investida aeroespacial, o empresário tem interesse em implementar a colonização do planeta Marte.
Foto Destaque: O bilionário Elon Musk. Reprodução/MICHELE TANTUSSI/REUTERS.