Na atual guerra tarifária, com retaliações entre Estados Unidos e China, um comunicado chinês foi emitido hoje (9), trazendo um pedido à população chinesa para tomar cuidado ao decidir visitar os Estados Unidos. O alerta veio do Ministério da Cultura, Esportes e Turismo de Pequim, com mais um aumento na tarifa para produtos norte-americanos.
“Recentemente, devido à deterioração das relações econômicas e comerciais entre China e EUA e à situação da segurança interna nos Estados Unidos, o Ministério da Cultura e Turismo alerta os turistas chineses para que avaliem cuidadosamente os riscos de viajar para os Estados Unidos e tomem cuidado”, informa o Ministério de Pequim.
Na terça-feira (8), após os conflitos com o “tarifaço” de Donald Trump na semana passada, as taxas para produtos chineses haviam passado para, 104% e além do alerta sobre viagens, Pequim anunciou 84% nas tarifas contra os produtos dos Estados Unidos.
Comunicado de Pequim sobre viagens de chineses aos EUA (Foto: reprodução/Ministério da Cultura e Turismo da China)
Contramedida às tarifas de, 104%
Lin Jian, porta-voz das relações exteriores da China, defendeu os direitos chineses após Trump anunciar tarifas de, 104% sobre as importações do país asiático.
“Os EUA continuam impondo tarifas arbitrárias à China e exercendo pressão extrema implacavelmente. A China se opõe firmemente e jamais aceitará tal comportamento dominador e intimidador. Se os Estados Unidos desconsiderarem os interesses de ambos os países e da comunidade internacional e insistirem em travar uma guerra tarifária e comercial, a China lutará até o fim”, afirmou.
Quando Pequim decidiu não recuar com a promessa de firmar tarifas retaliatórias em 34% aos produtos norte-americanos, Donald Trump adicionou mais 50%, onde inicialmente seriam apenas 35%
Resto do mundo
Os mercados globais seguem em queda durante a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Trump ainda disse que seguirá com mais tarifas a Pequim, continuando esse vai e vem de retaliações. O governo chinês, por sua vez, afirmou que não irá se render a “coerção americana”.
Participando de uma parcela em quase 45% da economia global, EUA e China podem acabar prejudicando outros países. Com a possibilidade de a China adotar uma prática desleal — na qual um produto é vendido por um valor inferior ao seu custo de produção para prejudicar a concorrência —, os benefícios aos consumidores acabariam revertendo em prejuízos para os produtores locais de outros países. Isso não apenas comprometeria empregos, como também ameaçaria os salários desses trabalhadores. Essa prática comercial é conhecida como dumping.
A guerra comercial gera impactos que, de uma forma ou de outra, acabam atingindo o mundo todo.
Foto destaque: Lin Jian, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China (Reprodução/X/@globaltimesnews)