O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, finalizou a isenção dos impostos sobre produtos importados de empresas chinesas de marcas como Shein e Temu. Segundo o jornal econômico americano Axios, além dessa medida, ele também aplicou o valor da taxa imposta sobre as importações nos Estados Unidos.
Vale lembrar que encomendas com valor abaixo de US$ 800 não recebiam nenhum tipo de tributação, mas, após essa nova medida, esses pacotes devem receber um imposto de até 90% em cima do valor total.
Pacotes de encomendas da Shein (Foto: reprodução/Getty Imagens Embed/RODRIGO ARANGUA)
Imposto nas compras
Após Trump anunciar novas medidas de tributação sobre os produtos chineses importados para os EUA, as famosas “blusinhas”, que antes eram símbolo de abundância devido ao poder de compra por serem mais baratas, agora se tornaram sinônimo de ostentação, com o aumento de até 90% sobre o valor total das peças — o que pode acarretar queda nas vendas de grandes empresas, como a Shein, por exemplo.
A ordem executiva foi assinada na semana passada, e o plano inicial era impor uma alíquota de até 30% sobre o valor por item, com previsão de reajuste para 50% em junho. De acordo com o jornal econômico americano Axios, o fim da autorização foi visto com bons olhos por comerciantes e varejistas americanos, já que a expectativa é de que as vendas no comércio presencial aumentem após a efetivação da medida. A loja Forever 21, conhecida por suas peças jovens e da moda, registrou que, após o surgimento das compras on-line e de preços competitivos como os da Shein, muitas de suas lojas nos EUA fecharam as portas.
“A capacidade dos varejistas não americanos de vender seus produtos a preços mínimos mais baixos para os consumidores dos EUA impactou significativamente a capacidade da empresa de manter sua base tradicional de clientes” , afirmou Stephen Coulombe, codiretor de restrição da Forever 21.
Cenário atual
Alguns críticos da tributação afirmam que a medida imposta pelo presidente representa um aumento nos impostos para os consumidores americanos que compram em lojas online, além de elevar consideravelmente o tempo de envio desses produtos. A chamada “tarifaço global” dos EUA teve início com outras medidas no último dia 2 de abril, quando Trump impôs taxas de importação sobre 180 países de diferentes regiões e setores. A Ásia foi o continente mais impactado, recebendo as tarifas mais altas — especialmente países como a China.
A Casa Branca anunciou ontem que as tarifas de 104% dos EUA contra a China entrarão em vigor a partir desta quarta-feira (9). Nesse mesmo dia, também passam a valer as tarifas recíprocas individualizadas — mais altas — impostas aos países com os quais os EUA registram maiores déficits comerciais. Em pronunciamento oficial, a China informou que não voltaria atrás na decisão e que estaria pronta para continuar respeitando os aumentos tarifários, mesmo considerando a iniciativa de Trump como uma guerra comercial “onde não há vencedores”. Como resposta à nova medida, o governo chinês anunciou na sexta-feira (4) que aplicaria tarifas de 34% sobre produtos americanos. O presidente dos EUA não deixou barato e ameaçou impor taxas extras de 50% à China, caso o país não recuasse da retaliação até terça-feira (8). Como Pequim manteve sua posição, as tarifas de 104% passaram a vigorar efetivamente.
Foto destaque: Presidente dos EUA, Donald Trump (Reprodução/Instagram/@realdonaldtrum)