“Ele tem o meu apoio, porque não podemos voltar à velha guarda americana (se referindo a pré-candidata Nikki Haley)”, foi assim que o até então pré-candidato Ron DeSantis anunciou, neste domingo (21), sua retirada da corrida eleitoral e o apoio a Donald Trump, líder das pesquisas para ser o candidato do Partido Republicano nas eleições presidenciais de 2024. A segunda rodada das prévias acontece hoje no estado de New Hampshire, local com eleitorado considerado mais moderado.
DeSantis ficou em segunda lugar no caucus de Iowa (Foto: reprodução/Butch Dill/AP Photo)
A desistência de DeSantis esquentou o cenário político estadunidense, reduzindo a disputa entre dois concorrentes: o extremista Donald Trump e a ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley. Após o anúncio de DeSantis, Haley marcou cinco comícios nesta segunda-feira (22) e reforçou o corpo a corpo. Donald Trump também intensificou a campanha.
Eleitores menos conservadores
A candidata, cujo perfil é considerado moderado dentro do espectro de direita norte-americano, tem o apoio do governador do estado, Chris Sununu. Apesar de New Hampshire ser um local onde os eleitores tendem a preferir candidatos menos conservadores, principalmente quando comparado a Iowa, onde Trump venceu com uma distância de 30% dos votos, Nikki não está com a vitória garantida. Pelo contrário, pesquisas indicam a liderança de Trump também nas primárias de New Hampshire. A diferença, no entanto, é de uma disputa mais estreita. Antes da desistência de Ron DeSantis, as pesquisas já indicavam a vitória do ex-presidente, com uma vantagem superior a dez pontos.
Nikki Haley ocupou cargo de confiança durante governo Trump (Foto: reprodução/Ruth Fremson/The New York Times)
No entanto, ao contrário do que ocorre em Iowa, New Hempshire permite que os eleitores registrados em outros partidos também participem da votação dos pré-candidatos do Partido Republicano, o que tende a ajudar candidatos considerados menos extremistas. A campanha de Nikki aposta em uma virada.
Entre palanques e tribunais
Dividido entre palanques e tribunais, Donald Trump esteve, na manhã da última segunda-feira (22), no tribunal de Nova York onde responde um processo civil por difamação à escritora Elizabeth Jean Carroll. Esta é uma das 91 acusações contra o ex-presidente, que é réu em quatro processos criminais. Trump responde por colocar em risco a segurança nacional, levar documentos secretos do governo ao deixar a Casa Branca e outros.
Ao contrário do Brasil, a lei eleitoral estadunidense não proíbe o exercício de políticos condenados na justiça. Ou seja, caso se consolide como o candidato do Partido Republicano e saia vitorioso nas eleições presidenciais em novembro, Donald Trump poderá governar mesmo se for condenado.
Foto destaque: Nikki Haley e Donald Trump disputam prévia que ocorre hoje em New Hampshire (Reprodução/Brian Snyder/Mike Segar/Reuters/CNN)