Na última terça-feira (24), um grupo de cientistas do Peru e da Polônia desvendou o rosto de uma jovem sacrificada durante o Império Inca há mais de 500 anos, cuja múmia foi descoberta nas proximidades de um vulcão nos Andes peruanos há quase três décadas. O processo se deu através de tecnologia tridimensional que, após 20 anos de análise da estrutura craniana e do corpo mumificado, permitiu a reconstituição minuciosa dos traços desta jovem que viveu durante uma época tumultuada.
Revelação de um rosto do passado
O corpo da menina, encontrado em 1995, 6.400 metros acima do nível do mar, na província de Caylloma, região de Arequipa, permaneceu congelado, o que auxiliou na preservação dos elementos necessários para o estudo. Conhecida como Senhora de Ampato ou, de forma coloquial, como Juanita, esta jovem se tornou um símbolo da cultura e da história inca.
Conheça mais sobre uma das múmias mais preservadas do mundo (Vídeo: reprodução/YouTube/Fatos Desconhecidos)
O legado de Juanita
Os estudos indicam que Juanita, com idade estimada entre 14 e 15 anos, foi oferecida em sacrifício aos deuses incas em uma tentativa de aplacar desastres naturais que assolavam a região na época, como secas, inundações e erupções vulcânicas. A análise da múmia revelou que a morte de Juanita provavelmente se deu por um forte golpe na cabeça, enquanto estava ajoelhada, causando uma hemorragia interna grave.
Os cientistas da Universidade Católica de Santa Maria e da Universidade de Varsóvia continuam a estudar Juanita e seu contexto histórico, proporcionando uma visão fascinante sobre as práticas e crenças da civilização Inca. As imagens do rosto reconstituído de Juanita, agora reveladas ao público, servem como uma janela para o passado, unindo a tecnologia moderna e a história antiga em uma narrativa cativante e educativa.
Foto Destaque: Juanita, a múmia Inca reconstruída digitalmente (Reprodução/Reuters, Universidade Católica de Santa Maria/CNN)