Um total de 193 países, estados-membros das Nações Unidas, receberam uma carta da China, convocando para uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, na próxima quarta-feira (23). Em um trecho da carta, o governo Trump é acusado de "lançar uma sombra sobre os esforços globais pela paz e desenvolvimento".
A carta também argumenta que, ao usar aumentos de tarifas como ferramenta para fazer pressão, criando uma guerra tarifária, os EUA violam regras do comércio internacional e atrapalham a economia mundial multilateral. O crescimento econômico global pode desacelerar para 2,3% devido, segundo a agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento, a incertezas.
Tarifaço
A disputa comercial entre China e Estados Unidos começou quando o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou seu "tarifaço" a 180 países de todas as partes do globo. Na tabela de taxas, que começou a valer em 5 de abril, a China teve elevações que totalizaram 104% sobre a importação de seus produtos. Em resposta, a China estabeleceu a subida para 84% de taxas sobre os produtos americanos.
Dia 9 de abril, Trump recuou e anunciou redução do ‘tarifaço’ para todos os países, exceto para a China. Por 90 dias, houve a possibilidade de negociações para os países que, segundo o presidente americano, não retaliaram sua política de taxas. Para os produtos da China, os EUA ampliaram as taxas para 145%.
Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China (Foto: reprodução/X/@SpoxCHN_LinJian)
Onde vai parar?
Nesta terça-feira (15/4), um comunicado no site oficial da Casa Branca informou a subida para 245% de taxas de importação sobre a China. Hoje (16/4), Lin Jian, o porta-voz chinês do Ministério das Relações Exteriores, declarou que os Estados Unidos devem parar com as práticas de pressionar, ameaçar e chantagear e começar realmente a dialogar e negociar para retrair a guerra tarifária.
Em seguida, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, passou a bola para o governo chinês, responsabilizando o país pelo andamento ou não das negociações sobre tarifas recíprocas a partir de agora.
Em resposta à Casa Branca, Lin Jian relembrou que quem deu início ao embate tarifário foram os EUA, não a China e disse que, apesar de o país asiático não querer uma briga, também não tem medo de uma.
Foto Destaque: à esquerda, presidente da China Xi; à direita, presidente dos EUA Donald Trump (Reprodução/Pool/Win McNamee/Getty Images Embed)