Nesta segunda-feira (18), a 1ª Vara Criminal Federal negou o pedido de prisão preventiva dos policiais rodoviários federais Fabiano Menacho Ferreira, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva. Os agentes, segundo o Ministério Público Federal (MPF), estão envolvidos na ação de 7 de setembro, que ocorreu no Rio de Janeiro e resultou na morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos. O juiz negou a prisão, mas determinou que os policiais rodoviários utilizassem tornozeleiras eletrônicas.
Esta, contudo, não foi a única decisão sobre o caso da MPF. A justiça da 1ª Vara Criminal Federal determinou que Fabiano, Matheus e Wesley devem permanecer afastados das funções policiais, além de estarem proibidos de se comunicar com os pais de Heloisa e de se aproximar do carro da família.
De acordo com o juiz, os policiais devem passar por recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga, além de comparecer mensalmente em juízo para informar suas atividades.
Pedido da prisão preventiva
No relatório produzido pelo Ministério Público Federal - para solicitar a prisão dos policiais - é informado que, além da criança, uma tia – também presente na abordagem – não somente foi atingida por um disparo, como chegou a ficar com a bala grudada e a entregá-la ao MPF, no dia 12.
O documento enviado à justiça também continha o depoimento da tia de Heloisa. Neste, a mulher afirma que, na noite do crime, 28 agentes compareceram ao hospital onde Heloisa estava internada e passaram a vasculhar o carro da família.
Além disso, a testemunha relatou ao MPF que, enquanto outros policiais mexiam no veículo, um deles a mostrou um projetil e afirmou que aquele teria atingido o carro dos agentes.
De acordo com o procurador da República Eduardo Benones, a atitude policial mencionada pela mulher demonstra uma “tentativa inequívoca de intimidar a testemunha e incutir nela a versão sustentada pelos policiais”.
Entenda o caso
Mãe de Heloísa se despede da filha, que morreu após 9 dias internada em Duque de Caxias. (Foto: Reprodução/G1).
Na noite de 7 de setembro, Heloísa dos Santos Silva voltava de uma viagem com a família, quando foi baleada em uma abordagem policial em Seropédica, na Baixada Fluminense. De acordo com o pai da criança, ele teria percebido que uma viatura da PRF os seguia e, quando tentava parar no acostamento, as agentes efetuaram disparos contra o veículo da família.
Os policiais, no entanto, afirmam que identificaram o carro, no qual Heloisa estava, como roubado, com registro em agosto do ano passado. Segundo o agente Fabiano Menacho, ele teria disparado contra o veiculo somente após ouvir um som similar ao de um tiro.
Foto reprodução: Caso Heloísa: justiça nega prisão dos policiais envolvidos na abordagem que matou a menina. Reprodução/OGlobo.