Após a promessa quebrada do chanceler de Israel, Eli Cohen, anunciada na sexta-feira (3) pelo representante do Itamaraty, Mauro Vieira, de que os brasileiros que permaneciam em Gaza poderiam passar por Rafah para, através do Egito, retornarem ao Brasil, no máximo, até quarta-feira passada (8), a situação se encaminha para um desfecho. 32 dos 34 brasileiros e familiares que ainda se encontravam na Faixa de Gaza, desde o início do conflito entre Israel e Hamas, no dia 7 de outubro, já estão no Egito, desde esta manhã domingo (12), segundo informações do Ministério das Relações exteriores brasileiro. Os outros dois “decidiram permanecer em Gaza”.
Frustração inicial
A promessa de Cohen foi quebrada por conta dos acontecimentos que sucederam os novos ataques aéreos do Hamas no último domingo (05) a Israel. Ao responder com um poder de fogo ainda maior, bombardeando intensamente a cidade de Gaza, como ainda não havia feito desde o início do conflito e, mesmo diante de todos os apelos internacionais por uma trégua humanitária, insistiu na afirmação de que enquanto o grupo terrorista mantivesse reféns não haveria cessar-fogo, o Hamas passou a impedir a passagem dos refugiados pelo Rafah, impossibilitando, desta forma, que a palavra do chanceler israelense fosse cumprida.
Brasileiros no Rafah que devem ser repatriados (Foto: reprodução/Mohammed Abed/AFP)
Volta para casa
Enquanto o avião presidencial brasileiro aguarda seus cidadãos no Aeroporto do Cairo, na capital egípcia, a embaixada do Brasil no país ainda decide como trazer os 32 brasileiros ao Cairo, para, finalmente, poderem dar início a viagem, que os trará de volta ao lar, que deve ser acompanhada por uma médica oficial da Aeronáutica, e deve durar cerca de 12 a 14 horas.
Paulino Carvalho Neto, embaixador brasileiro no Egito, anunciou que há duas possibilidades: o grupo pode permanecer no Egito ainda este domingo, com intuito de descansar antes de seguir para o Cairo ou, ir hoje mesmo e sair de lá na manhã de segunda-feira., algo que ainda será decidido.
De volta ao lar
Ao chegarem em Brasília, o grupo repatriado deve permanecer na capital ainda por dois dias para se recuperar e descansar, com o auxílio de uma equipe médica e psicológica, antes de seguir viagem para suas casas, para aqueles que já são cidadãos brasileiros e já vivem no país. Para os palestinos, deverá ser providenciada a documentação necessária para passarem a viver no Brasil.
Foto Destaque: grupo de brasileiros prestes a embarcarem para o Egito, neste domingo, 12 (Reprodução/Hassan Rabee/G1)