Brasileiros que fazem parte do grupo de primeiros deportados do segundo mandato de Donald Trump relataram que sofreram maus-tratos e agressões no voo de volta ao Brasil. O avião com a primeira leva de imigrantes indocumentados chegou em solo brasileiro na sexta-feira (24) com escala em Manaus e destino Final Belo Horizonte, mas devido problemas técnicos um avião da FAB buscou o grupo na capital amazonense.
O grupo composto por 84 brasileiros desembarcou no Aeroporto Internacional de Confins - Belo Horizonte, Minas Gerais, na noite de sábado (25) e relataram aos jornalistas presentes no local as condições que estavam, além das falhas técnicas e das correntes e algemas, eles também falaram dos problemas com a alimentação e muito mais.
Os relatos
Voo da FAB com os brasileiros deportados dos EUA (Foto: reprodução/Ministério da Justiça/OGlobo.com)
Os relatos são de maus-tratos e agressões durante o voo até problemas na aeronave. O voo tinha como destino final o Aeroporto de Confins, mas precisou pousar em Manaus para reabastecer, mas o avião começou a apresentar problemas no Ar-condicionado o que causou atraso e estresse entre os passageiros. Outra reclamação constante foi sobre o uso de correntes e algemas.
Em entrevista a CNN Brasil o vigilante Jeferson Maia relatou que um grupo de brasileiros que falavam inglês fluentemente foram pedir aos agentes americanos para poderem sair do avião, o pedido foi negado e e eles foram agredidos. Jeferson também relatou que havia crianças na aeronave e que elas estavam chorando e passando mal.
Também em entrevista a CNN Brasil o mineiro Luiz Fernando, relatou que durante a detenção de 40 dias nos Estados Unidos, viu um outro brasileiro recebendo um mata-leão de um agente americano, ao ponto de desmaiar. Ele também relatou que apesar te terem recebido alimentação durante o voo de volta ao Brasil, não foi muita.
A intervenção federal
O primeiro grupo de imigrantes ilegais deportados no segundo mandato de Donald Trump chegou em solo brasileiro na sexta-feira 24, o voo contava com 158 passageiros, sendo 88 deles brasileiros, todos chegaram acorrentados e algemados, o que levou a uma intervenção do Estado, o governo informou que se trata de uma questão de soberania e que no Brasil ninguém acorrenta brasileiros.
Por ordem do presidente Lula, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, desautorizou o uso de algemas e correntes, afirmando que em solo brasileiro os deportados são cidadãos livres. O governo também mandou um avião da FAB transportar o grupo até Belo Horizonte, já que a aeronave americana estava com falhas técnicas.
Foto Destaque: Grupo de deportados pegando um voo (reprodução/DW/Deutsche Welle/terra.com)
