O jovem brasileiro Ranani Glazer, de 24 anos, que estava na festa rave Universo Paralello, atacada por homens armados do grupo terrorista palestino Hamas, foi encontrado morto, segundo informações repassadas à imprensa pela tia dele na noite da última segunda-feira (9). Ela afirmou que os militares israelenses foram até a casa do pai de Ranani para confirmarem o paradeiro, mas que ainda não havia informações sobre em qual local e situação o corpo foi achado.
Natural do Rio Grande do Sul, o jovem estava acompanhado da namorada, Rafaela Treistman, e do amigo, Rafael Zimerman, quando a festa, que acontecia no deserto de Negev, a 5 quilômetros da Faixa de Gaza, teve a eletricidade cortada ao mesmo tempo em que sons de foguetes começaram a soar logo cedo. Logo em seguida, cerca de 50 integrantes da facção palestina invadiram o local, lançando granadas e disparando tiros contra os presentes.
O brasileiro que está desaparecido gravou esse stories dentro de um bunker depois de fugirem da Rave.
— Otavio (@otavi0XI) October 7, 2023
Parece que bombardearam o local e só alguns saíram vivos. pic.twitter.com/7bMIjs8HRy
Tentativas de fuga e sensação de sufocamento
Em entrevista à CNN, Rafaela relatou que os três conseguiram sair do evento e se refugiar em um bunker que encontraram ao lado de um ponto de ônibus. No entanto, a superlotação do local teria sido determinante para que o efeito das bombas de gás lançadas contra o abrigo deixasse a situação ainda mais instável, levando-os a usar os corpos de pessoas já falecidas como escudo de proteção.
Já o amigo do casal contou ao jornal O Globo que, a partir dali a sensação era de extremo sufocamento, devido às limitações do ambiente. “(Os integrantes do Hamas) jogaram gás para todo mundo morrer asfixiado, e foi quando comecei a pedir a Deus para sobreviver. Eu me senti em Auschwitz”, contou o jovem, que teve alta no último domingo.
Dor da perda e alto número de feridos
Rafael contou que, ao deixarem o abrigo e se depararem com as viaturas policiais, perceberam que Ranani estava ausente. "Quando vi a Rafaela, só pensava em cuidar dela. Sair sem o Ranani foi uma dor imensa para ela", relatou o sobrevivente de um ataque que já contabiliza cerca de 260 vítimas.
Matéria por Pedro Ribeiro (In Magazine - iG).
Foto destaque: Ranani Glazer. Reprodução/Instagram/@reineinai