Após o aumento das tensões entre Venezuela e Guaina sobre a reivindicação do território de Essequibo, o Exército brasileiro vai enviar 28 veículos blindados para a região da fronteira com a Venezuela.
De acordo com informações enviadas ao g1, o governo brasileiro enviará 6 Guarani (blindado de transporte de pessoal), 6 Cascavel (veículo equipado com um canhão 90 mm e duas metralhadoras 7,62 mm) e 16 Guaicurus (viaturas blindadas multitarefa) até Boa Vista, em Roraima - estado que faz fronteira com Venezuela e Guiana.
Os veículos irão sair dos estados de Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Paraná e chegarão à fronteira após cerca de 21 dias.
O ministro da Defesa, José Mucio, afirmou que esta ação já estava planejada, em prol do combate ao garimpo ilegal. No entanto, os blindados, caso necessário, estarão disponíveis à proteção da fronteira.
Veículo blindado Guarani. (Foto: Reprodução/Exército Brasileiro).
Maior presença militar
Em nota da última quinta-feira (30), o Ministério da Defesa afirmou que está acompanhando a disputa territorial entre os países vizinhos e que “ações de defesa têm sido intensificadas na região da fronteira ao Norte do país, promovendo maior presença militar”.
Além dos 28 blindados, serão enviados à Roraima entre 130 e 150 homens que serão incorporados à 1ª Brigada de Infantaria de Selva, que já possui cerca de 5 mil militares.
De acordo com agentes ao g1, um esquadrão da região será transformado em regimento, com intuito de proteger a fronteira e impedir que o território brasileiro seja utilizado sem autorização.
Disputa territorial
No domingo (03), 95% dos eleitores venezuelanos aprovaram um referendo sobre a incorporação de Essequibo – território sob domínio da Guiana – ao mapa do país. Após a votação, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que vai "conseguir recuperar” o território reivindicado.
No entanto, o referendo possui somente caráter consultivo e não obriga o país a colocar em prática as questões votadas.
Foto destaque: fronteira entre Venezuela e Brasil em março de 2020. (Reprodução/Martha Raquel/Brasil de Fato).