Nesta sexta-feira (26), o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, conversou com a repórter da CNN, Kylie Atwood, após uma visita à China que durou três dias. Durante sua estadia, Blinken teve longas discussões com autoridades chinesas importantes, incluindo o presidente Xi Jinping.
Tensões e compromissos
Essas reuniões aconteceram em meio a várias questões polêmicas entre os dois países, desde políticas de controle de tecnologia dos EUA até o apoio da China à Rússia. Blinken destacou que os EUA observaram sinais de tentativas chinesas de interferir nas próximas eleições americanas, apesar do compromisso anterior do presidente Xi Jinping de não fazer isso.
O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, reiterou uma mensagem transmitida pelo presidente Joe Biden a Xi Jinping durante a cúpula em São Francisco, realizada em novembro do ano anterior. Blinken enfatizou que durante o encontro, Xi se comprometeu a não interferir nas eleições presidenciais dos EUA em 2024, conforme reportado pela CNN.
O presidente da China, Xi Jinping (R), fala com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken (2º à esquerda) – (Foto: reproduçao/ MARK SCHIEFELBEIN/POOL/AFP/Getty Images Embed)
Blinken afirmou que têm observado evidências de tentativas de influenciar e possivelmente interferir, e expressou a vontade de garantir que tais atividades sejam interrompidas o mais rápido possível. Ele também mencionou que qualquer interferência da China nas eleições dos EUA é algo que está sendo monitorado com cuidado e considerado inaceitável, reforçando a importância de transmitir essa mensagem novamente. Além disso, Blinken destacou a preocupação com a possibilidade de a China e outros países aproveitarem as divisões sociais existentes nos EUA para suas campanhas de influência.
Libertade de expressão e tensões diplomáticas
Ele mencionou que havia ocorrido situações em que houve manifestações claras de antissemitismo, porém, afirmou que "os protestos em si não são antissemitas." Ele observou que algumas pessoas, especialmente jovens e de diversas origens, demonstraram intensas emoções em relação ao conflito.
Além disso, ressaltou a importância da liberdade de expressão em democracias, sem fazer menção explícita à ausência dessas liberdades na China. Segundo ele, "Em nosso país, em nossa sociedade e em nossa democracia, expressar isso é, evidentemente, algo apropriado e protegido."
Pequim nega interferência nas eleições dos EUA, citando sua política de não intromissão nos assuntos internos de outros países. No entanto, a China ou grupos associados a ela enfrentam acusações de interferência política em países como o Canadá. Blinken defende o direito de protesto nos EUA, incluindo os recentes protestos pró-palestinos em campi universitários, mas também reconhece relatos de retórica antissemita nesses eventos.
Foto destaque: Antony Blinken (à esquerda), reúne-se com o Presidente da China, Xi Jinping, no Grande Salão do Povo, em Pequim, ( reprodução/ MARK SCHIEFELBEIN/POOL/AFP via Getty Images Embed)
