Faltando um pouco menos de uma semana para deixar a Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos Joe Biden retira Cuba da lista de países que financiam grupos terroristas. "Uma avaliação foi concluída e não temos informações que sustentem a designação de Cuba como um estado patrocinador do terrorismo" - afirmou funcionário de alto escalão da Casa Branca.
Cuba foi reinserida na lista de países financiadores de grupos terroristas em 2021 por Donald Trump que alegou à época que isso se devia ao apoio ao presidente venezuelano Nicolás Maduro e pela recusa do governo cubano em extraditar rebeldes colombianos de volta para a Colômbia.
Antes de ser reinserido na lista por Trump, Cuba já havia sido retirado da lista pelo presidente Barack Obama que em seu governo vinha tomando medidas para reaproximar os EUA de Cuba.
Casa Branca espera libertação de presos políticos
As negociações para retirar Cuba da lista vem desde o início do mandato de Joe Biden. A medida é apoiada pela Igreja Católica em palavras proferidas pelo Papa Francisco em diversos discursos e entrevistas e mais diretamente pela Conferência dos Bispos Estadunidenses que tiveram conversas mais próximas com o presidente.
Além da Igreja, diversos grupos ativistas pelos Direitos Humanos também participaram da negociação.
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Cuba vive embargo econômico desde os anos 1960 (Foto: Reprodução/Yamil Lage/AFP)
O Governo Cubano anunciou em contra partida a retirada do país da lista de financiadores do terrorismo que irá libertar cerca de 500 presos. Apesar de elogiar as medidas, o governo cubano cobrou dos Estados Unidos mais ações para afrouxar as sanções e demonstrou preocupação com ela poder ser revertida a qualquer momento por outros presidentes estadunidenses que vierem, incluindo Trump.
Trump deve recolocar Cuba na lista
De acordo com o governo Biden, a medida foi discutida durante a transição com o presidente eleito Donald Trump, mas segundo a Associated Press, Trump deve reverter a decisão.
Um dos fatores para isso é a indicação de Marco Rubio para o cargo de secretário de estado do país. O indicado tem histórico com Cuba, pois sua família fugiu para os Estados Unidos na década de 1950 antes da revolução que levou Fidel Castro ao poder em Cuba. O indicado ainda passa por sabatina na próxima quinta-feira(16) no Comitê de Relações Exteriores do Senado onde será votado se o indicado será aprovado ou não.
Foto destaque: Joe Biden discursando como presidente dos Estados Unidos (Foto: Reprodução/Manuel Balce Ceneta/Associated Press)