O presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, declarou em entrevista ao programa norte-americano “CBS 60 minutes”, divulgada neste domingo (18), que os EUA estariam dispostos a defender Taiwan em caso de invasão da China à ilha. A Casa Branca, por outro lado, diz que essa não é a política oficial do país.
Seguindo uma hipótese de que, agora que Rússia e China reforçaram seus laços, o conflito entre Rússia e Ucrânia possa influenciar a China sobre sua relação com Taiwan, o correspondente do 60 minutes, Scott Pelley, questionou Biden sobre seu compromisso com Taiwan.
Biden respondeu que “há uma política da China, e Taiwan faz seus próprios julgamentos sobre sua independência” e que os EUA não estão incentivando sua independência, pois “a decisão é deles”.
Ao ser questionado se as forças dos Estados Unidos defenderiam a ilha em caso de invasão, Biden respondeu que “sim, se de fato houve um ataque sem precedentes".
Desde uma guerra civil em 1949, Taiwan é governada de forma independente. Mas a China ainda reconhece a ilha como uma província dissidente e seria capaz de impedir sua independência à força.
A CBS 60 minutes divulgou ainda que, após a entrevista, um funcionário da Casa Branca disse que a política dos EUA em relação a Taiwan continua sendo, oficialmente, uma “ambiguidade estratégica" sobre se as forças americanas defenderiam Taiwan ou não. Ainda assim, a Lei de Relações de Taiwan obriga os Estados Unidos a ajudar a equipar Taiwan para se defender.
Biden e Xi Jinping, presidente da China, conversaram por videoconferência em 28 de julho. (Foto: Reprodução/Mandel Ngan/AFP)
Desde que a presidente da Câmara do EUA, Nancy Pelosi, visitou Taiwan em agosto deste ano, e reafirmou ou apoio norte-americano à ilha, a tensão entre os países aumentou. Uma série de sanções e operações militares foram feitas à ilha e em seu redor pelo governo chinês, em resposta à visita de Pelosi.
Foto Destaque: Joe Biden. Reprodução/Gazeta Brasil