A cúpula do G20 foi marcada por um discurso enfático do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Ele pediu aos líderes que se unissem na defesa da soberania da Ucrânia frente à invasão russa e aumentassem a pressão contra o Hamas após o ataque a Israel. As declarações refletem as prioridades geopolíticas norte-americanas, enquanto conflitos armados impõem desafios à diplomacia internacional.
Soberania internacional da Ucrânia e crise no Oriente Médio
"Os EUA apoiam fortemente a soberania da Ucrânia e sua integridade territorial. Todos ao redor desta mesa deveriam fazê-lo também, em minha opinião”, disse Biden. O apelo foi uma tentativa de garantir que a Ucrânia continue a receber apoio, mesmo com as atenções globais divididas devido à crise no Oriente Médio. Segundo o presidente norte-americano, deixar de apoiar a Ucrânia poderia abrir precedentes perigosos para outras regiões. A busca por um consenso enfrentou resistência, especialmente por parte de países que mantêm relações próximas com a Rússia, como China e Índia.
Além da Ucrânia, Biden enfatizou a necessidade de pressionar o Hamas, que ele classifica como responsável pelo aumento da violência na região, com as constantes recusas de um acordo de cessar-fogo. Os ataques de 7 de outubro, desencadearam uma ofensiva militar israelense, gerando reações globais divergentes, enquanto países do Ocidente têm apoiado ações contra o Hamas, outros criticam o alto número de civis mortos em Gaza.
Reforma no Conselho de Segurança da ONU
O presidente Lula também abordou os desafios estruturais da diplomacia internacional. Segundo ele, o poder de veto dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU torna o órgão refém de seus próprios interesses. Lula ainda comentou sobre a aparentemente imparcialidade do Conselho de Segurança.
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, fala durante sessão da Cúpula do G20 2024 (Foto: reprodução/ Buda Mendes/Getty Images Embed)
Ele acredita que todos os territórios merecem ter a sua integridade respeitada. Lula também voltou a defender uma reforma que amplie a representatividade do conselho. A cúpula do G20 também expôs as dificuldades em construir um consenso global, evidenciando a necessidade de fortalecer a cooperação de todos frente às crises atuais.
Foto destaque: presidente dos EUA, Joe Biden, na sessão de abertura da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro (Reprodução/Pablo PORCIUNCULA / AFP/ Getty Images Embed)