Desde o último sábado (11), garimpeiros que estejam ilegalmente nas terras Yanomami podem sair pacificamente do território através de embarcações autorizadas previamente pelo Governo Federal. A medida foi anunciada pela ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e tem o objetivo amenizar o conflito na região, permitindo o acesso pelo rio de barcos destinados a retirar os invasores.
Garimpo ilegal ficava próximo a comunidade de indígenas isolados. (Foto: Reprodução/Leo Otero)
A providência surgiu após a descoberta de mais um garimpo ilegal na região, desta vez localizado a menos de 15 quilômetros de distância da uma comunidade indígena que vive completamente isolada de outros indígenas e não indígenas, a Moxihatëtëa. Segundo a Ministra, o garimpo foi destruído no sábado pelo Comitê de Operações Táticas e a medida de liberação pacífica dos garimpeiros surgiu logo então para facilitar um desfecho para a situação.
"Então, aqueles que querem sair logo, imediatamente, podem já começar chegando em um posto para que possam ser identificados. É o momento que a gente libera essa saída para que seja de forma pacífica, de forma tranquila, sem agressões e de forma que a gente possa deixar o território livre de vez, devolver a dignidade para o povo Yanomami e preservar a vida dos povos isolados", explicou a ministra
Somente barcos sem carga, com piloteiro e proeiro, e que estejam subindo ou descendo o rio para buscar garimpeiros e outras pessoas, estão autorizados a seguir viagem. Anteriormente, agentes do Ibama, Polícia Federal e Força Nacional estavam prendendo as embarcações que tentavam fazer o percurso. Também eram presas as pessoas nos barcos e os equipamentos encontrados apreendidos. Muitos garimpeiros estavam fugindo pelas florestas e rios.
Desde de 7 de fevereiro, Fiscais do Ibama, agentes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Força Nacional de Segurança Pública estão no território em operação destinada a destruir as áreas ilegais e impedir o escoamento dos minérios extraídos.
A atuação desses órgãos faz parte da repercussão da intervenção do Governo federal nas terras da comunidade Yanomami, após decretar emergência de saúde pública na região, que enfrenta crise sanitária e humanitária, causadas por desassistência e intensificadas pelo garimpo ilegal.
Foto destaque: Barcos deixam o território Yanomami. Reprodução/AP Photo/Edmar.