O Banco Central da Rússia (BCR) aumentou nesta terça-feira (15), a taxa básica de juros em 350 pontos, para 12% ao ano. A medida tem como objetivo conter o aumento da inflação e a desvalorização do rublo, a moeda russa.
A inflação no país subiu cerca de 4,4% no começo de agosto, segundo o BCR. Nos últimos 3 meses, em média, a variação dos preços foi de 7,6% ao ano.
Banco Central da Rússia. (Foto: reprodução/ Sergei Ilnitsky/ EPA)
Declaração de Putin
O presidente disse que não vê problemas com a variação do rublo e que as autoridades têm um conjunto de ferramentas para manter a moeda e os mercados sob controle.
“Em condições de inflação elevada, é praticamente impossível formular planos de negócios”, disse Putin no Fórum Econômico Oriental, em Vladivostok.
Putin disse também que o valor do rublo foi afetado pelo fato de os exportadores não converterem alguns lucros em moeda estrangeira para rublos, mas disse que não serão feitos movimentos súbitos em termos de controle de capitais ou outras medidas para limitar a flutuação. O presidente disse que o governo não vê necessidade de aumentar a taxa de impostos por enquanto. Sua administração impôs este ano um imposto inesperado sobre o lucro de algumas empresas para aumentar as receitas do país.
Demanda Doméstica
O crescimento da demanda doméstica acima da capacidade de expansão da produção aumentou as importações e derrubou moeda local, que atingiu o menor valor em comparação ao dólar em 16 meses na manhã da última segunda-feira (14), sendo vendida a US$ 0,009, com variação negativa de 1,48%. Só neste ano, o rublo caiu cerca 25%.
Em comunicado, o Banco Central da Rússia informou que as previsões indicam risco “substancial” de a inflação ficar acima da meta para próximo ano. “A decisão do Banco da Rússia pretende moldar as condições monetárias e a dinâmica geral da demanda doméstica necessária para trazer a inflação de volta para 4% em 2024 e estabilizá-la em torno de 4% mais adiante”, diz o texto.
Foto destaque: Presidente Vladimir Putin. Reprodução/Alexander KAZAKOV / SPUTNIK / AFP