Uma investigação policial militar está em curso para apurar o sumiço de 21 metralhadoras que estavam armazenadas no quartel do Exército em Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo.
Inconsistência no registro
O Exército alega que uma falta no arsenal que indicou o desaparecimento das armas: 8 de calibre 7,62 e 13 de calibre .50 - uma das armas de guerra mais potentes. Essas metralhadoras são capazes de efetuar 600 disparos por minuto e têm um alcance de mais de 3,5 quilômetros, sendo empregadas para defesa em terra, mar e ar. No entanto, isso vale apenas quando estão sob controle das forças de segurança.
Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz, expressou preocupação com a quantidade de armas desaparecidas, sugerindo que este possa ser o maior desvio de armas do Exército desde 2009 e indicando que o destino provável dessas armas seja parar nas mãos do crime organizado.
Comunicado
Segundo uma declaração do Comando Militar do Sudeste, as armas em questão foram descritas como "armamentos inservíveis que foram recolhidos para manutenção". Além disso, o comunicado informa que foram tomadas medidas administrativas para investigar as circunstâncias do ocorrido e que foi instaurado um inquérito policial militar.
O comunicado também destaca que essas armas estavam armazenadas no Arsenal, uma unidade técnica de manutenção, que também é responsável por iniciar o processo de desativação e destruição de armamentos que não podem mais ser reparados.
Após a constatação da ausência das armas durante uma vistoria realizada no depósito de armamentos de São Paulo em 10 de outubro, o grupo de 480 soldados foi confinado no quartel com instruções de estarem prontos para ação, o que significa que não estão autorizados a sair da unidade.
Imagem aérea mostra estrutura do Arsenal de Guerra de São Paulo em Barueri. (Reprodução: foto/Instagram/@exercito_oficial)
Segundo o comando da região Sudeste, é importante destacar que os militares não estão sob prisão, mas sim alojados no quartel e disponíveis para serem interrogados, o que é considerado crucial para a investigação.
Bruno Langeani comentou que, normalmente, esses desvios são realizados com um comprador já identificado em mente, e ele expressou a esperança de que essas armas possam ser recuperadas prontamente, destacando a dificuldade de avaliar o impacto desse tipo de armamento no mundo do crime.
Foto Destaque: Metralhadoras calibre .50, como a que aparecem na foto acima já foram apreendidas antes pela polícia. Arma costuma ser usada por quadrilhas de criminosos em ataques a caixas eletrônicos. Reprodução: foto/TV Globo.