Na última quarta-feira (5), o porta-voz do governo argentino Manuel Adorni informou mudanças que afetariam a comunidade trans no país. Segundo Adorni, o presidente argentino Javier Milei decidiu proibir o tratamento de mudança de gênero, como terapias hormonais, em menores de idade. A realização de cirurgia de redesignação de gênero para esse grupo também foi vetada.
Em resposta às declarações, a Federação Argentina LGBT+ destacou, na postagem no X, que esse tipo de operação em menores de idade já é proibido por lei. Além disso, não apenas na Argentina, mas em vários países, é realizado um acompanhamento clínico em menores antes de ser iniciado qualquer tipo de terapia hormonal para a mudança de sexo.
Alterações no encarceramento de mulheres trans
Durante a mesma fala, foi anunciado que o número de mulheres trans em presídios femininos será limitado. A proposta do governo é de que uma pessoa seja encarcerada segundo o sexo que apresentou na época em que cometeu o delito. Como último pronunciamento, foi declarado que nenhuma mulher trans que cometeu crimes violentos contra a população feminina, tráfico humano ou crimes sexuais poderá cumprir a pena em presídio destinado a mulheres.
Falas de Miley sobre a comunidade LGBT
As novas medidas anunciadas pelo governo argentino aconteceram após a participação de Javier Milei no Fórum Econômico Mundial, ocorrido em Davos, no início do ano. No dia 23 de janeiro, em discurso realizado no evento, Milei fez críticas a pautas ligadas ao feminismo, à questão racial e de gênero.
As falas do presidente tiveram forte repercussão no país e motivaram um protesto realizado no último sábado (1), na capital Buenos Aires. A possibilidade, chamada de “Marcha Federal do Orgulho Antifascista e Antirracista LGBTQI+”, organizada por membros dos movimentos feministas e da diversidade sexual , reuniu um enorme número de participantes.
“Marcha Federal do Orgulho Antifascista e Antirracista LGBTQI+” reuniu milhares de participantes em Buenos Aires no último sábado (1) (Vídeo: Reprodução/YouTube/@brasildefato)
Ainda em resposta aos pronunciamentos recentes do governo, a Federação Argentina LGBT+ se mostrou combativa às medidas, afirmando que “o presidente não tem o poder de mudar a lei por decreto”.
Foto destaque: Presidente da Argentina, Javier Milei, anuncia mudanças para a população trans no país (Reprodução/Instagram/@javiermilei)