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Arábia Saudita autoriza uso de força letal para construção de cidade futurista

A informação é de um ex-oficial que foi orientado a matar quem se opusesse à ordem de despejo do povoado que ocupa o local da construção

10 Mai 2024 - 15h00 | Atualizado em 10 Mai 2024 - 15h00
Arábia Saudita autoriza uso de força letal para construção de cidade futurista Lorena Bueri

Na Arábia Saudita, a construção da cidade futurista de Neom faz parte do ambicioso plano Visão 2030, que tem o objetivo de diversificar a economia do país. A cidade é planejada para ter 200 metros de largura e 170 quilômetros de comprimento. O projeto envolve algumas empresas ocidentais e britânicas e é apoiado, principalmente, pelo príncipe herdeiro Mohamed bin Salman.

Porém, a construção da cidade está envolta de grandes polêmicas. Recentemente, um ex-oficial de inteligência revelou à BBC que as autoridades sauditas autorizaram o uso de força letal para despejar moradores de um povoado próximo ao local de construção da cidade e abrir espaço para o projeto.

O coronel Rabih Alenezi, que está exilado no Reino Unido, contou que recebeu ordens para desocupar a região de Tabuk, habitada pela tribo Huwaitat, no noroeste do país. Um dos moradores do povoado, Abdul Rahim al-Huwaiti, foi baleado e morto por protestar contra a desocupação. O grupo de direitos humanos, ALQST, estima que mais de seis mil pessoas foram desabrigadas para dar lugar ao projeto. 


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Visão geral da região noroeste da Arábia Saudita, entre Neom e al-Wajh (Foto: reprodução/Franck Fife/Getty Images Embed)


Ordem de despejo

Segundo o coronel, Rabih Alenezi, a ordem de despejo das autoridades sauditas afirmava que a tribo da região de Tabuk era formada por muitos rebeldes. A ordem estabelecia que quem persistisse em resistir à desocupação deveria ser morto, autorizando o uso de força letal contra os ocupantes das moradias. O coronel não realizou a missão e alegou que não iria à região por motivos médicos, o que na verdade o daria tempo para se exilar fora do país. 

Mesmo com a desistência de Rabih Alenezi, a missão das autoridades sauditas na região ainda permanece. As autoridades alegam que foi oferecida uma indenização para aqueles que foram despejados do território, mas a ALQST afirmou que os valores pagos não condizem com o que foi prometido. 

Medo das consequências negativas 

As pessoas despejadas temem em dar entrevista à imprensa estrangeira com medo de serem duramente reprimidas por conta disso. Outro projeto da Visão 2030, o Jeddah Central, desalojou mais de um milhão de pessoas. A ALQST conversou com essas pessoas que alegaram falta de indenização e aviso prévio, com muitos sendo forçados a deixar suas casas sob ameaça de prisão.

Foto destaque: Edifício The Line, uma das estruturas planejadas dentro da área do Neom (reprodução/Jornal O Globo/Neom) 

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