Em entrevista coletiva, concedida após a definição do segundo turno das Eleições Presidenciais de 2022, na noite deste domingo (2), o atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) falou sobre o resultado da votação e comparou-o com as pesquisas mais populares.
“Eu entendo que tem muito voto que foi pela condição do povo brasileiro, que sentiu o aumento dos produtos, em especial da cesta básica. Entendo que é uma vontade de mudar por parte da população. Mas tem certas mudanças que podem vir para pior. E a gente tentou, durante a campanha, mostrar esse outro lado, mas parece que não atingiu a camada mais importante da sociedade. Então, analisamos, vamos...nós vencemos a mentira no dia de hoje, que estava o Datafolha dando aí 51% a trinta e poucos, então vencemos a mentira”, disse Bolsonaro.
“Temos um segundo tempo pela frente, onde tudo passa a ser igual, o tempo para cada lado passa a ser igual, e nós vamos agora mostrar melhor para a população brasileira, em especial a classe mais afetada, que é consequência da política do "fique em casa, a economia a gente vê depois", é consequência de uma guerra lá fora, de uma crise ideológica também, e tenho certeza que vamos poder melhor mostrar para essa parcela da sociedade que as mudanças que porventura alguns querem podem ser pior, até mesmo a gente mostrando aqui melhor Argentina, o Chile, a Colômbia; a Venezuela já estava em crise antes mesmo da COVID. Então entendo que é por aí o nosso trabalho por ocasião do segundo turno”, completou.
Resultado do primeiro turno das Eleições presidenciais de 2022. (Foto: Divulgação/TSE/Lorena)
Ao ser perguntado se considerava que as eleições foram limpas, no contexto da desconfiança sobre as pesquisas, Bolsonaro reforçou seu posicionamento sobre as pesquisas e as urnas eletrônicas.
“Olha só, as pesquisas estão desmoralizadas, então tem o segundo turno, as Forças Armadas participaram, não é? Da transparência eleitoral. Todos são unânimes, não só das Forças Armadas, qualquer lugar do mundo, que esse sistema nosso não é 100% blindado, então sempre existe essa possibilidade de algo anormal acontecer em um sistema totalmente informatizado”, afirmou o Presidente.
Bolsonaro desabafou ainda sobre a importância de sua fala como um detalhe para as eleições.
“Eleição, olha só, não tenho certeza que vou falar aqui, parece que o ACM Neto, que estava garantido no primeiro turno, vai ter segundo turno na Bahia, por uma frase dele que teria falado lá, qual a cor da sua pele, não sei o quê, parece que isso daí marcou... parece que foi isso, marcou haver segundo turno. Então a gente sabe que uma palavra errada, né, você joga tudo fora. Uma palavra errada joga fora os teus quatro anos de academia, 28 anos de deputado, três de presidente, joga tudo para o espaço por uma frase malfeita, ou não compreendida, ou explorada por vocês de forma negativa, que é muito comum quando se trata da minha pessoa”, declarou.
Bolsonaro declarou ainda a sua preocupação em ver um governo de esquerda voltar ao Poder.
“Me preocupa o Brasil perder a sua liberdade, o Brasil voltar... o Brasil caminhar com a esquerda nos caminhos da Venezuela, da Argentina, da Colômbia, e também lá da... do Chile, né? E Nicarágua. Essa é a preocupação, onde a primeira vítima é a liberdade de um povo”, declarou.
O segundo turno será decidido no dia 30 de outubro, em votação entre o ex-presidente Lula (PT), que obteve 48,43% dos votos válidos no primeiro turno, e o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), que somou 43,20% de votos.
Foto Destaque: Candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Reprodução/AFP