Nesta terça-feira (8), o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, expressou a sua preocupação a respeito do desenvolvimento dos países mais vulneráveis em meio à guerra comercial em curso no mudo. Segundo o secretário da Organização das Nações Unidas (ONU), essas guerras são extremamente negativas, uma vez que todos saem perdendo nesse conflito que envolvem as cobranças de tarifas por parte dos EUA com o objetivo de desenvolver uma política de protecionismo.
Donald Trump após assinar uma série de ordens sobre a produção de energia americana durante cerimônia (Reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed)
Guerra comercial
Desde o início de seu segundo mandato, o presidente dos EUA, Donald Trump, tem adotado uma política de taxações de importações para países que são parceiros históricos dos americanos, como Canadá, México e Brasil. Expresso em discurso oficial, o chamado "tarifaço" busca o crescimento da economia norte-americana através de investimentos oriundos da iniciativa privada em fábricas e tecnologias, com o objetivo de aumentar a renda e o emprego local. Com isso, investidores temem uma retaliação de China, União Europeia, e outros países aos EUA.
Além de econômico, Trump utiliza de tal discurso como forma de viabilizar as suas políticas entre países. O maior exemplo é uma postagem na rede Truth Social no mês passado, na qual, o presidente reconheceu os esforços do México e Canadá para frear a imigração ilegal e o tráfico de drogas entre fronteiras.
A publicação ocorreu em meio ao recuo momentâneo de Trump a respeito do aumento de tarifas em 25% sobre produtos importados dos outros dois países da América do Norte, suspendendo a medida até o dia 2 deste mês, quando foram anunciadas as medidas de taxações no chamado "Dia da Libertação", e que entraram em vigor na última sexta-feira (4).
Além de Canadá e México, nações como Vietnã, com 46%, China, 34%, e o bloco da União Europeia, com 20%, também foram severamente penalizados. As tarifas sobre a China foram as que mais causaram impactos no cenário da política externa. Na semana passada, o chefe de Estado norte-americano confirmou o aumento de 10% nas taxas de importações sobre o país asiático, elevando a 20% a alíquota total desde quando o republicano tornou-se presidente pela segunda vez. Em resposta, os chineses impuseram uma tarifa de 34% sobre produtos importados dos EUA, e entrarão em vigor no próximo dia 10.
Brasil poderá ser afetado
Foi imposta ao Brasil, uma tarifa de 10% de taxa de exportação de produtos que saem do país com o destino aos EUA. A mesma alíquota foi cobrada de outros países sul-americanos, como Argentina, Chile, Colômbia e Peru.
O petróleo, produto mais exportado do Brasil para os EUA, com vendas de US$5,8 bilhões, valor menor apenas do que a China lucra, US$20 bilhões, com as exportações. Depois, estão os produtos semimanufaturados de ferro ou aço, com US$2,8 bilhões, e os aviões, que somaram US$2,4 bilhões.
Com o aumento de tarifas, a tendência é que as exportações diminuam, causando uma diminuição da entrada da moeda americana no Brasil, aumentando, assim, o câmbio, e impactando diretamente os setores locais, além de uma disparada nos preços para o consumidor final.
Foto destaque: O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, fala com a mídia antes da reunião do Conselho Europeu em Bruxelas (Reprodução/Jonathan Raa/NurPhoto/Getty Images Embed)