A crescente preocupação mundial com programas nucleares de alguns países traz a tona novos estudos sobre o enriquecimento de urânio por países islâmicos e em guerra com outras nações. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), que é ligada a Organização das Nações Unidas (ONU), O Irã vem dando mostras de que pode se tornar uma ameaça nuclear em alguns anos.
Programa nuclear iraniano e enriquecimento de urânio
O Irã é um país que sempre esteve envolto em guerras territoriais, militares e religiosas com nações do Oriente Médio, como o Iraque, apoia grupos extremistas como o Hezbollah, no Líbano, e é ajudado pela Rússia em algumas guerras contra os rivais. Agora, foi confirmado pela IAEA que o governo iraniano pretende ampliar sua vantagem nestes conflitos ao utilizar armas nucleares, a base de urânio enriquecido a até 90%.
Atualmente, a quantidade e uso do elemento químico no país chegar a seis quilos por mês, correspondendo 60% do volume necessário para construir uma bomba. Esse rápido avanço vem preocupando especialistas da ONU ligados ao assunto. Segundo um relatório enviado aos Estados-membros de maneira confidencial, o acúmulo do metal radioativo possibilita que até quatro bombas estejam em produção no país islâmico.
Míssel é observado por civis iranianos (Foto: reprodução/AFP/Zain Jaafar/Getty Images Embed)
Irã nega especulações
Por outro lado, o país nega veemente que seu programa nuclear seja voltado para atacar seus rivais ou extermínio de civis. Representantes do governo iraniano afirmam que suas instalações e estudos na área nuclear possuem fins pacíficos, o que é contestado pelos Estados Unidos e países membros da ONU.
A justificativa é que apenas nações interessadas em fabricação de armas nucleares buscam o enriquecimento de urânio. "Eles estavam se preparando e têm todas aquelas instalações meio que em espera, e agora as estão ativando [...]. Se realmente colocarem todas em operação, será um salto enorme", disse Rafael Grossi, chefe da IAEA.
O órgão diz que o Irã deve prestar contas sobre seu programa nuclear, o que até agora não foi feito. Além disso, o país precisa fornecer garantias de que todo o material radioativo presente em seu território não seja usado de forma indevida, no caso, com produção de bombas nucleares.
Os Estados Unidos prometem prejudicar a economia do país situado no Oriente Médio caso as condições são sejam seguidas conforme solicitado pela ONU. Recentemente, os iranianos lançaram o foguete Simorgh, com recursos próprios, e foi especulado que o programa espacial pode ser outra alternativa nuclear, principalmente no transporte de ogivas.
Alguns países europeus pretendem ter novas reuniões com o governo iraniano sobre o assunto. Mesmo que não haja nenhum processo diplomático oficial, um acordo firmado em 2015 visava retirar sanções políticas e econômicas ao Irã, em troca de transparência em assuntos nucleares. Como os Estados Unidos quebraram o pacto em 2019, o Irã tamém não seguiu mais o tratado, que irá expirar em outubro do próximo ano.
Foto destaque: Representante do Irã durante evento oficial (Reprodução/Instagram/@irangov.en)