A Força Aérea Brasileira (FAB) comunicou que outra aeronave utilizada para o transporte ilegal de garimpeiros e o escoamente de minérios foi incendiada na madrugada desta quarta-feira (12) na Terra Indígena (TI) Yanomami, em Roraima.
O avião foi localizado em uma pista de pouso clandestina instalada a cerca de 100 quilômetros de Boa Vista. De acordo com a FAB, somente aeronaves militares ou voos previamente autorizados por órgãos públicos que atuam na Operação Yanomami podem trafegar no espaço aéreo da TI.
A identificação da aeronave ocorreu durante uma operação conjunta entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF), as Forças Armadas e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), cinco dias após o fechamento dos corredores aéreos na região. Não foram encontradas pessoas no local.
A ação configura a segunda destruição de aeronaves ilegais, dentro da Terra Indígena Yanomami. Na última quinta-feira (6), as autoridades destruíram um avião em solo e realizaram a prisão de dois homens em uma pista de pouso destinada ao garimpo ilegal.
Indígenas Yanomami (Foto: Reprodução/ Fernando Frazão)
“A destruição da aeronave dá continuidade às ações de combate ao tráfego aéreo ilegal”, informou a FAB. “Os corredores aéreos nas terras indígenas Yanomami foram desativados no dia 6 de abril para impedir o tráfego de aeronaves não autorizadas na área”.
As aeronaves que descumprirem as regras estabelecidas pela FAB na TI estarão sujeitas a pedidos de mudança de rota e pouso obrigatório, podendo até receber tiros de advertência e tiros de detenção, um tipo de disparo que pretende danificar e impedir o voo do avião infrator.
Crise humanitária
De acordo com o Ministério da Saúde, o avanço da mineração ilegal é a principal razão para a atual crise humanitária envolvendo a Terra Indígena Yanomami, que enfrenta a desnutrição severa causada pela fome, malária, contaminação por mercúrio e outras doenças.
Atualmente, a Força Aérea Brasileira (FAB) compõe a frente de combate à crise vivênciada pela comunidade indígena em Roraima. Entre as ações da corporação, constam o envio de cestas básicas, medicamentos, suplementos alimentares e produtos médicos de primeira necessidade.
Foto Destaque: Reprodução/ Comando Operacional Conjunto Amazônia