Um estudo realizado pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP/USP), apontou que quase 30% dos adolescentes fazem “uso problemático” de jogos eletrônicos. A pesquisa foi realizada pela psicóloga Luiza Chagas Brandão, doutora em Psicologia Clínica e especialista no atendimento de crianças e adolescentes. A reportagem, com a divulgação de todos os dados, está no site da Revista Crescer e foi publicado esse ano em parceria com a Agência Einstein.
Na matéria, a pesquisadora disse em entrevista que a principal queixa dos pais em relação a frequência que seus filhos utilizam o videogame, por isso buscou ver que essas crianças e adolescentes, de acordo com o quão prejudicial está sendo o uso excessivo, podem estar sofrendo de sintomas que se encaixam no Transtorno de Jogo pela Internet (TJI).
Mais de cinco mil estudantes de escolas públicas cadastrados na base de dados do programa #Tamojunto 2.0 do Ministério da Saúde, com idade de 12 a 14 anos, responderam um questionário com 60 perguntas sobre consumo de drogas, bullying e uso de jogos eletrônicos. As perguntas sobre vídeo games foram respondidas por quase quatro mil alunos.
Quando o uso de eletrônicos para atividades de lazer é alto e prejudicial ao adolescente é importante os pais procurarem uma ajuda psicológica. (Foto: Reprodução/Yan Krukov Pexels)
O projeto foi adaptado para especificamente focar nas questões que envolvem o transtorno citado. Segundo Luiza, a estratégia foi colocar as perguntas sobre jogos quase no final do questionário. A maior parte delas (9) eram objetivas, como as opções de resposta “sim” ou “não”. Ela ainda lembrou dos sintomas que normalmente os jovens tendem a apresentar quando o uso excessivo de jogos é recorrente.
Entre os resultados do estudo, o que mais surpreende é que três em cada dez adolescentes brasileiros estão fazendo o chamado uso problemático dos jogos. Brandão ainda lembrou que não quer rotular o jovem como dependente, mas sabe que os dados obtidos geram preocupação, especialmente com a saúde mental deles, a pesquisa constatou que 57% dos gamers sentem que jogar é extremamente necessário para esquecerem seus problemas. Entretanto, essa sensação de melhora dos sintomas prejudiciais à saúde mental é momentânea como foi revelado majoritariamente nas respostas.
Foto Destaque: Jogos eletrônicos são um lazer muito popular entre os jovens. Reprodução/Cottonbro Pexels