Nesta quinta-feira (29), serão desativadas as modalidades de transferência DOC e TEC em todo o Brasil. Tal medida já havia sido divulgada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) em janeiro; ainda no dia 15 de janeiro deste ano, as modalidades já haviam começado o processo de desativação, permitindo aos usuários apenas o agendamento de transações até o dia 29 de fevereiro, data limite para que, a partir dela, as modalidades deixem de funcionar de vez.
Página do Banco Central do Brasil utilizando o Pix (Foto: reprodução/Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
O motivo da desativação das modalidades
De acordo com Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban, as operações DOC/TEC caíram drasticamente em desuso desde a criação do Pix pelo Banco Central, em novembro de 2020. Um levantamento feito pela Febraban, baseado em dados disponibilizados pelo BC, demonstra como as operações DOC/TEC foram progressivamente deixando de ser usadas em detrimento do Pix: as transações DOC, no primeiro semestre de 2023, totalizaram 18,3 milhões, apenas 0,05% do total de transações durante todo o ano, número em torno dos 37 bilhões de operações. Se comparado com outras formas de transação financeira, o DOC ainda se mantêm na retaguarda: os cheques foram a opção 125 milhões de vezes, TED com 448 milhões de usos, boleto com 2,09 bilhões, cartão de débito com 8,4 bilhões e cartão de crédito com 8,4 bilhões, embora todos eles tenham ficado atrás do Pix em número de uso, com um total de 17,6 bilhões de usos.
Quando as modalidades foram criadas
Introduzidos pelo BC em 1985, DOC e TEC eram usados principalmente por empresas para seus funcionários, tanto de salários, como benefícios. As principais diferenças entre eles eram horário de funcionamento e valores permitidos por transação. Por conta dessas limitações, o DOC já possuía concorrência do TED (Transferência Eletrônica Disponível), criado em 2002, mas a introdução do Pix em fevereiro de 2020 os tornou obsoletos, culminando em sua iminente desativação.
Foto Destaque: camelôs também já substituíram suas transações pelo Pix (reprodução/Mateus S. Figueiredo/Wikipedia)