A projeção do mercado financeiro para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) sofreu uma queda de 0,04%, sendo reduzida de 4,63% para 4,59% até o fim do ano fiscal, conforme reportou nesta segunda-feira (13) a pesquisa do Boletim Focus, um esforço promovido pelo Banco Central para coletar dados das principais instituições financeiras a respeito da economia, divulgado semanalmente.
Expectativas do mercado
Nesta semana, a projeção do mercado para 2024 sofreu um leve aumento, passando para 3,92%, um acréscimo de 0,01%. Já para os anos de 2025 e 2026, as expectativas permanecem estáveis em 3,5%.
Segundo o relatório Focus, a expectativa para 2023 está um pouco acima da meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, de 3,25%, tendo em mente a tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, com uma mínima de 1,75% e uma máxima de 4,75%.
Apesar das tentativas do Banco Central em permanecer mais ou menos dentro da meta, o relatório da semana passada já havia previsto que a chance do índice do IPCA acabar excedendo o valor estimado era de 67%. Um caso parecido ocorre com a projeção de 2024, que está além da meta prevista de 3%, mas ainda não excedendo a tolerância de 1,5%.
Muito dessa situação se dá por conta do aumento no preço das passagens aéreas, que foi parcialmente compensado pela redução do preço da gasolina. No momento, 2023 segue com uma inflação acumulada de 3,75%.
Cálculo da projeção anual
Para estabelecer a meta de inflação anual, o Banco Central se baseia principalmente na taxa Selic, atualmente fixada em 12,25% ao ano pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Apesar de o primeiro semestre ter sido bastante promissor, a desestabilização do mercado ocorrida na segunda metade do ano fez com que a inflação tornasse a subir, obrigando o Banco Central a cortar os juros pela terceira vez seguida só neste semestre.
Análise da projeção percentual do IPCA, PIB e Selic dos próximos anos (Foto: reprodução/Banco Central do Brasil/Boletim Focus)
Essa já era uma ação esperada pelos economistas, mas os cortes de 0,5% podem não ser sustentáveis a longo prazo, como afirmou o Copom, que pode acabar alterando a frequência no ritmo de cortes caso a situação torne inviável continuar com a redução dos juros.
Foto Destaque: edifício-sede do Banco Central do Brasil (Reprodução/Marcello Casal Jr./Agência Brasil)