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Portuários dos EUA entram em greve; empresas se preocupam e Biden prega negociação

Frutas e legumes podem sofrer impacto já na semana que vem, enquanto vendas do fim de ano não devem ser muito afetadas

01 Out 2024 - 14h58 | Atualizado em 01 Out 2024 - 14h58
Portuários dos EUA entram em greve; empresas se preocupam e Biden prega negociação Lorena Bueri

Rota marítima importante no comércio mundial, a Costa Leste dos Estados Unidos passa por um período de greve. O movimento começou à meia-noite desta terça-feira (1), e conta com 50 mil membros da Associação Internacional de Estivadores (ILA). A depender do tempo que perdure, pode ser a maior paralisação do país em décadas, afetando importações e exportações.

Quase todos os portos do Maine ao Texas terão greve. A costa afetada possui saída desde o Golfo do México (Texas) até o Oceano Atlântico (Maine). Os produtos comercializados são variados: alimentos (bebidas alcoólicas e frutas), itens de casa e peças de fábricas, além de muitos outros.

A greve

Essa é a primeira paralisação de portos na Costa Leste desde 1976. A “United States Maritime Alliance (USMX)” é a aliança marítima que representa as principais rotas de navegação. Existe distância entre sua oferta de contrato e aquilo que o sindicato julga ser justo. Em declaração, o presidente da ILA Harold Daggett apontou a razão da greve (via CNN):

“A USMX iniciou essa greve quando decidiu manter-se firme com as transportadoras marítimas de propriedade estrangeira que lucram bilhões de dólares nos portos dos Estados Unidos, mas não compensar os estivadores americanos da ILA que realizam o trabalho que lhes traz riqueza... Estamos preparados para lutar o tempo que for necessário... para obter os salários e as proteções contra a automação que nossos membros da ILA merecem.”

Ainda não houve resposta da USMX, mas a mesma vem indicando que o sindicato não age com boa-fé. Ontem, propôs 50% de aumento em contrato de 6 anos, o que foi negado. Pontos a serem observados são os Portos de Nova Iorque e Nova Jérsei, terceiro maior do país, e o Port Wilmington, maior responsável pela rota marítima das bananas nos EUA. É a fruta mais popular do país.


Nova Iorque

Com saída para o Oceano Atlântico, estado de Nova Iorque possui atividade portuária importante (Foto: reprodução/scratsmacker/Pixabay)


Consequências e desdobramentos

A escassez ocasionada pela greve seria o pior cenário possível, que resultaria no aumento de preços dos produtos importados após melhora do quadro econômico propiciado pela pandemia. Ainda assim, as compras de fim de ano não estão ameaçadas. Isso se deve pelo fato das lojas se preocuparem em obter seus produtos justamente nessa época do ano e, como a greve já vem sendo anunciada há algum tempo, foi possível se organizar. Porém, itens perecíveis já podem ter sua comercialização afetada na semana que vem, mesmo que o Departamento de Agricultura dos EUA não enxergue efeitos a curto prazo.  

A questão financeira conduzida pelo pedido no aumento do salário não é a única causa da greve. Também há uma disputa que envolve a automação dos portos e, dessa forma, redução dos empregos. Mais de duzentas empresas já se comunicaram com a Casa Branca com receio acerca do que irá acontecer. O presidente Joe Biden disse não pretender usar da lei (Taft-Hartley) para manter os portos abertos, acreditando ser uma negociação coletiva.

Foto Destaque: situação portuária causa apreensão nos EUA (Reprodução/TravelScape/Freepik)

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