Em um relatório lançado este mês, “Inovação e Difusão Verde: Políticas para Acelerá-las e Impacto Esperado no Desempenho Macroeconômico e Empresarial”, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta para o ritmo decrescente da inovação em tecnologias de baixo carbono (LCTs). Segundo outros documentos do fundo, reformas estruturais são a saída para a retomada verde.
Patentes verdes estagnaram desde 2010
Após um crescimento contínuo desde os anos 80, as patentes verdes, que representavam em média 6,6% do total desde 2010, atingindo até 10% em patentes de alta qualidade registradas em múltiplas jurisdições, enfrentam uma estagnação desde meados dos anos 2010.
A análise sugere que uma duplicação no número de registros de patentes verdes poderia elevar o PIB mundial em 1,7% ao longo de cinco anos.
O estudo do FMI também aponta que políticas protecionistas podem inibir a disseminação de tecnologias verdes, com tarifas aplicadas a bens LCTs aumentando recentemente, especialmente em países de renda média e baixa. A pesquisa mostra um efeito retardado mas significativo das políticas climáticas em patentes verdes, indicando que um aumento na rigidez dessas políticas pode aumentar as patentes em até 2,9% em dois anos e 10,3% em cinco anos.
Reformas estruturais para estimular a transição verde
Em um cenário de manutenção de políticas monetárias restritivas pelo G20, com previsão de taxas de desaceleração econômica de 3% para este ano e 2,9% para o próximo, o FMI enfatiza a importância de reformas estruturais. Outro relatório lançado este mês aponta para a necessidade de otimizar os mercados de trabalho e produtos, uma mudança que poderia impulsionar o PIB do G20 em até 0,7% de 2025 a 2028.
Além disso, um conjunto de reformas em governança e negócios, segundo nota do fundo publicada em setembro, poderia resultar em um crescimento de 4% nas economias emergentes dentro de dois anos.
Impostos sobre energia são mais eficazes na descarbonização de economias quando implementados após reformas para remover restrições à atividade econômica (Foto: reprodução/FMI)
Estas reformas são vistas como catalisadoras para investimentos verdes privados e para a remoção de barreiras comerciais, fatores essenciais para acelerar a adesão a tecnologias de energia limpa e de baixo carbono.
Foto Destaque: um único carro em estacionamento para veículos elétricos (Reprodução/FMI)