Nesta terça-feira (17), o jornal japonês Nikkei publicou sobre a fusão das gigantes fabricantes de veículos Nissan e Honda. Com a intenção de competir com as grandes montadoras de veículos elétricos atuantes no mercado, as empresas, acelerando com o pé em baixo, unem seus capitais, agitando o mundo dos investimentos automotivos.
Considerando operar em única holding, as montadoras provavelmente estarão assinando um memorando de entendimento considerando a formação da nova empresa pós-estabelecimento da fusão. O que não é de se espantar, pois em agosto deste ano, as empresas protagonizaram a aliança com a Mitsubishi com foco no desenvolvimento de softwares de gerenciamento e inteligência artificial (IA), dentre outros componentes para o fortalecimento produtivo de carros elétricos.
Competitividade
Impulsionadas pela colaboração, que tem tudo para promover maior competitividade no enfrentamento contra as chinesas GAC e BYD, e a Tesla, de Elon Musk. No que diz respeito à guerra de preços e potenciais estratégias nesta guerra sem fim, a fusão é o melhor remédio, salvaguardando as japonesas neste terreno esburacado e íngreme frente à rivalidade estabelecida, num mercado cada vez mais dominado pelas chinesas.
Modelo elétrico Arya NISMO da Nissan comercializado no mercado europeu, apresentado no Dia Mundial do Veículo Elétrico (Foto: reprodução/Nissan)
Uma mensagem protocolar oficial no site da Honda reforça ainda mais as relações entre as interessadas no projeto, que também tem em suas prioridades uma visão mais sustentável e presente nas linhas de produção. "Estamos nos esforçando para concretizar uma sociedade repleta de “alegria e liberdade de mobilidade”, promovendo todas as formas de mobilidade com nosso “poder dos sonhos” e criatividade", declarou o CEO, Toshihiro Mibe.
Um novo tempo
Desde os estudos de viabilidade no início do ano de 2024, as empresas vêm alinhadas ao novo tempo automotivo e suas perspectivas ante os desafios. O mundo atual demanda das montadoras mais do que simplesmente fabricarem veículos ricos em design e inovações; há um diálogo muito mais intrínseco que chama atenção dos consumidores na era das IAs, das facilidades, da praticidade tecnológica e da sustentabilidade pulsante. Neste quesito, as avançadas máquinas produzidas pela Tesla deixam qualquer modelo elétrico dando tilt por aí; e sem falar no fator preço oferecido mundo afora pelas chinesas, que já se tornaram figurinhas repetidas nas vias de qualquer metrópole.
Space Hub, modelo conceitual da Honda que será apresentado em Las Vegas, em janeiro de 2025 (Foto: reprodução/Honda)
Algumas mudanças que estão ocorrendo na alta gerência da Nissan chamam a atenção, pois são concomitantes ao processo de fusão, deixando os mais atentos samurais de olhos arregalados a cada fato. Em nota oficial sobre o reposicionamento de funcionários executivos e chegada de outros líderes, o presidente e CEO se manifestou sobre as novas medidas. “Essas nomeações de liderança trarão a experiência e a urgência necessárias às contramedidas que estamos tomando para colocar a empresa de volta nos trilhos. Com o apoio de nossa equipe de liderança, executaremos cuidadosamente nossas ações de recuperação para garantir lucros sustentáveis, ao mesmo tempo, em que focamos no crescimento futuro", enfatizou Makoto Uchida.
O mercado segue atento aos acontecimentos, enquanto a alta do dólar flui entre especulações e estatísticas. O comércio asiático vive as incertezas dos acalorados discursos de Donald Trump e suas famigeradas taxas. A guerra petrolífera e outros coadjuvantes nessa história veicular são outros atores que desde os bastidores movimentam toda essa trama. De fato, o que não faltará nesta corrida de velozes, furiosos e curiosos é a expectativa dos consumidores por bons preços e ofertas de serviços de excelência.
Foto destaque: Nissan e Honda discutindo o projeto com base em um memorando de entendimento assinado em 15 de março de 2024 (Reprodução/Honda/Nissan)