Na última terça-feira (18), a companhia Johnson & Johnson iniciou uma nova tentativa de finalizar os processos contra a empresa, acusada de vender talco contaminado que teria causado graves problemas de saúde em mais de 60 mil pessoas. O objetivo da J&J é conseguir firmar um acordo justo para ambas as partes e arquivar o caso. Para isso a empresa está oferecendo cerca de U$ 10 bilhões para as vítimas.
Processo bilionário
Segundo as vítimas que procuraram processar a empresa, o talco estaria contaminado com amianto desde 1971, fato que seria de conhecimento da empresa e pauta de reuniões estratégicas. O uso do produto teria sido o causador de diferentes tipos de câncer, principalmente nos ovários, além de diversos outros problemas de saúde.
Fachada da Johnson & Johnson (Foto: reprodução/Mario Tama/Getty Images Embed)
A companhia começou a ser processada por conta do produto em 1999, o que inspirou outras vítimas a também procurarem a justiça. Atualmente a empresa enfrenta mais de 50 processos judiciais, dos quais nega todas as acusações, declarando que o talco é livre de amianto. Por conta da repercussão das investigações, a fabricante decidiu suspender a venda dos produtos, alegando baixa demanda.
Segundo estudos realizados pela FDA em 2009 em mais de 30 amostras do talco, o produto de fato não contém a substância. Desde então, a empresa vem procurando solucionar a questão por meio de indenizações para todos que estão processando a companhia e que se encaixam em certas definições. O fundo também irá cobrir processos futuros.
Processo caminha para a solução
Esta será a terceira tentativa de declarar falência da subsidiária da Johnson & Johnson responsável pela fabricação dos talcos, a Red River Talc LLC. Caso a estratégia seja aprovada, todos os casos envolvendo câncer de ovários poderão ser suspensos, além de evitar que novos processos sejam abertos.
“Este Plano é justo e equitativo para todas as partes e, portanto, deve ser rapidamente confirmado pelo Tribunal de Falências”, afirmou Erik Haas, Vice-Presidente Mundial de Litígios da Johnson & Johnson.
Cerca de 83% das vítimas, que receberiam indenizações pelos próximos 25 anos, aprovaram a ideia. O acordo não irá englobar as vítimas que alegam terem desenvolvido mesotelioma, um tipo raro de câncer, após usarem o talco.
Foto destaque: produto da Johnson & Johnson (Reprodução/Brandon Bell/Getty Images Embed)