Nos últimos tempos, a sustentabilidade tem se tornado um assunto recorrente e de extrema relevância dentro da sociedade. Isso influencia os mais variados grupos, incluindo os investidores, que estão buscando cada vez mais realizar aplicações sustentáveis.
A prática não deve ser vista com espanto, visto que é notória a necessidade de se manter um equilíbrio entre o ser humano e a natureza em todas as suas interações, inclusive naquelas pertencentes à esfera financeira. Entretanto, para aqueles que já trouxeram o teor de sustentabilidade aos seus rendimentos resta uma dúvida: Como saber se um investimento realmente é sustentável?
Mensurar se um investimento sustentável desempenha, de fato, a sua função é uma tarefa difícil. Por isso, é comum que os interessados neste tipo de aplicação procurem e verifiquem por eles mesmos a efetividade de seus investimentos.
Segundo uma pesquisa realizada pela Bloomberg, o mercado de ativos ESG, ou seja, que segue critérios e valores ambientais, sociais e de governança, é estimado, globalmente, em mais de 30 milhões de dólares. Até 2025, o setor deve chegar a cerca de 53 trilhões de dólares, equivalente a mais de um terço do total de ativos de investimentos.
Neste segmento, a Europa foi quem liderou a vibe global de busca por investimentos ESG e, portanto, não é a toa que seja encarregada por aproximadamente metade dos ativos sustentáveis presentes ao redor do mundo.
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Efeito de greenwashing
Empresam usam Fake News para atrair investimentos (Jonh Iglar/Pixabay)
Num panorama ideal, as empresas deveriam realizar uma pesquisa de coleta de dados séria e completa a fim de compreender melhor o real impacto do seu produto no meio ambiente. Infelizmente, a grande maioria das organizações não se importa em prezar pela veracidade de seus atos e falas e adotam estratégias que vão totalmente contra ao que dizem fazer.
Greenwashing, em português lavagem verde, é uma prática muito utilizada pelas empresas que desejam passar uma falsa imagem de responsabilidade ambiental, sem necessariamente colocá-la em prática, usando artifícios como propagandas, expondo assim informações enganosas sobre o impacto positivo de suas ações.
Com isso, tornou-se bastante difícil para os investidores perceberem quando as organizações estão se utilizando do greenwashing ou são tão verdadeiramente ecológicas quanto aparentam. De acordo com um levantamento feito pela Quilter Investors, o greenwashing foi a principal preocupação de cerca de 44% dos investidores participantes.
No que diz respeito a estabelecer padrões para os investimentos ESG, a Europa larga na frente dos Estados Unidos e de diversos outros países do mundo devido, principalmente, a implementação do Regulamento para Divulgação de Finanças Sustentáveis, SFDR na sigla em inglês, que foi introduzido em março deste ano e definiu regras as quais os gestores devem seguir, com foco em avaliar e comunicar as características sustentáveis de seus respectivos produtos financeiros.
Assim, a intenção é garantir que as empresas não apresentem informações ilegítimas sobre sustentabilidade com a finalidade de impulsionar seus fundos de investimentos.
"O SFDR efetivamente redefiniu o padrão do que pode ser chamado de investimento sustentável, referindo-se a apenas um subconjunto do que costumava ser incluído”, afirma O’Connor, presidente da Aliança Global de Investimento Sustentável (GSIA)
Apesar de sofrer algumas críticas por contribuir com a desorganização da classificação dos fundos, não há como negar que se fazia obrigatório a criação de critérios que levassem mais transparência ao mercado.
(Foto destaque: Nattanan Kanchanaprat/Pixabay)