Nesta terça-feira (08), os Estados Unidos anunciaram uma imposição tarifária de 104% sobre os produtos chineses, medida que afetou severamente as bolsas de valores em todo o mundo.
As bolsas na Europa abriram no vermelho nesta quarta-feira (09), com o índice Stoxx em queda de 4,2%. Após anúncio de retaliação do governo chinês às medidas impostas pela Casa Branca, as bolsas americanas registraram alta, com Dow Jones, por exemplo, subindo 0,16%.
Entendendo a taxação
A Casa Branca declarou o “Dia da Libertação”, onde anunciou a taxação recíproca na mesma medida os países que tributam os Estados Unidos. Isso gerou uma onda de taxação ma Europa e também no Brasil, onde foi aprovado o PL da Reciprocidade.
Observando a complexidade da situação, com países negociando com o governo norte-americano para diminuir a tributação, Donald Trump propôs uma taxa única de 10% a todos os países pelo prazo de 90 dias.
O único país que ficou de fora foi a China, que sofreu um baque de 104% em imposto. Em retaliação, o governo chinês sobretaxou os americanos em 84%. E em novo anúncio nesta quarta, a Casa Branca bateu o martelo e marcou 125% de imposto sobre produtos chineses.
O presidente chinês, Xi Jinping, em reunião com empresários em março de 2025 (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/Ken Ishii)
Reflexo na bolsa
Toda essa movimentação afetou severamente as bolsas de valores em todo o mundo. No Brasil, o dólar comercial encerrou o dia apresentando queda de 2,54%, fechando a R$ 5,84, com a máxima de R$ 6,04. Na Europa, o índice Stoxx apresentou queda de 4,2%.
Enquanto o dólar apresenta forte oscilação, moedas como o franco suíço, iene e o euro se fortaleceram. Isso acontece porque investidores estão se desfazendo de títulos do tesouro americano e buscando maior estabilidade em outros países.
Donald Trump e Xi Jinping (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/Bloomberg)
O que esperar do dólar
Segundo o economista Alex Agostini, da Austin Rating, a disputa tarifária entre Estados Unidos e China deve refletir no Brasil, trazendo como consequência a desvalorização do real.
Luciano Sobral, da Neo Investimentos, também partilha da mesma opinião. Além do Brasil apresentar problemas com as contas públicas, o que prejudica a economia, um confronto econômico internacional pode terminar em uma crise econômica grave como a que ocorreu em 2008.
Foto destaque: Mercado de ações em telão na Bolsa de Valores de Nova York em 2024 (Reprodução/Michael Santiago/Getty Images Embed)