O Facebook pagou US$ 90 milhões com o intuito de por fim a um processo de privacidade de 10 anos que acusa a mídia social de rastrear a atividade de usuários na internet até mesmo após o indivíduo se desconectar da rede.
A proposta foi apresentada segunda-feira no Tribunal Distrital de San Jose, Califórnia, e terá que ser aprovada por um juiz. Outra exigência do acordo é que o Facebook exclua os dados coletados indevidamente.
Segundo os usuários, a rede social violou leis federais e estaduais de privacidade e escutas telefônicas, através do armazenamento de cookies que rastreavam as visitas dos internautas a sites externos com botões de “curtir” do Facebook. Supostamente, a rede social compilou o histórico de cada usuário em perfil e vendeu para os anunciantes.
Aplicativo do Facebook utilizado em celular. (Foto: Reprodução/Webtrends)
Tal caso foi arquivado em 2017 e foi reaberto em 2020 por tribunal federal de apelações, afirmando que os usuários poderiam tentar provar que a empresa lucrou ao violar privacidade.
Ao ser abordada, a empresa negou as irregularidades denunciadas, porém fez um acordo para evitar todas as consequências provenientes de um julgamento, segundo o documento do acordo.
O porta-voz da Meta, Drew Pusateri, sobre o acordo, diz: “É do melhor interesse de nossa comunidade e de nossos acionistas e estamos felizes em superar essa questão”.
O acordo em questão vai envolver os usuários do Facebook nos EUA que no período entre abril de 2010 e setembro de 2011 visitaram sites que não pertenciam à rede social e exibiam o botão “curtir” da mesma.
Os advogados dos internautas insatisfeitos planejam a busca por honorários advocatícios de até US$ 26,1 milhões. O processo teve início em fevereiro de 2012.
Porém, esse não é o único processo em que a empresa de Mark Zuckerberg passou. No ano de 2018, agências reguladoras da União Europeia abriram uma ação contra a empresa por coleta de dados de usuários. Quando foi em junho de 2021, a Comissão Europeia e a Autoridade de Comércio do Reino Unido abriram processos acusando o Facebook de formação de monopólio. A mesma enfrenta pressões para ser regulada e monitorada em todo o mundo.
Desde a metade da década de 2010, o Facebook tornou-se alvo constante de ativistas, políticos e governos, os mesmos alegam que a gigante da tecnologia viola a privacidade de seus usuários e propicia a propagação de desinformações.
Foto Destaque: Logo do Facebook. Reprodução/G1 - Globo.