Segundo os documentos assinados por Donald Trump divulgados na última segunda-feira (10), as novas tarifas sobre o aço e o alumínio serão aplicadas a partir do dia 12 de março. O valor extra será acrescentado somente sobre a matéria-prima comprada no exterior. O decreto foi assinado conforme a lei Seção 232 da Lei de Expansão do Comércio.
Mudanças no comércio com o Brasil
As novas medidas tarifárias vão afetar diretamente o comércio entre os dois países, pois até o momento o Brasil era o principal fornecedor de alumínio e aço dos Estados Unidos. A aplicação será de 25% e pretende diminuir o consumo de matérias-primas estrangeiras, incentivando o comércio interno. Cerca de 48% do aço produzido no Brasil e 16% do alumínio costumava ser vendido para os Estados Unidos
Aço brasileiro (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)
Até o momento as autoridades brasileiras não tomaram nenhuma medida como resposta à decisão de Donald Trump. Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, negou as especulações que alegavam que empresas estadunidenses, principalmente aquelas ligadas a tecnologia, seriam taxadas como resposta.
Segundo o documento divulgado, não haverá exceções ou formas de contornar as tarifas.
Reação mundial
Segundo Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, a decisão de Donald Trump não ficará sem resposta, principalmente após os esforços de encontrar uma solução mútua. Em suas redes sociais, a presidente considerou a medida lamentável e injustiçada. A declaração foi apoiada por Olaf Scholz, Chanceler da Alemanha, um dos maiores exportadores de aço e alumínio do mundo.
“Os canadenses se levantarão forte e firmemente se necessário”, afirmou o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, durante um comício em Paris onde declarou que as novas tarifas são inaceitáveis.
A Ásia também não interpretou a decisão com bons olhos. O presidente da Coreia do Sul, Choi Sang-mok, afirmou que irá buscar maneiras de negociar uma medida mais razoável com o governo estadunidense, porém não descarta a possibilidade das empresas sul-coreanas buscarem comércio em outras nações.
Foto destaque: manipulação do aço (Reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)