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Déficit do governo cai em agosto, mas ainda preocupa

O déficit primário do governo caiu para R$ 26,35 bilhões em agosto. O número ainda é maior do que o esperado e desafia a meta do governo de zerar o déficit em 2024

30 Set 2023 - 11h16 | Atualizado em 30 Set 2023 - 11h16
Déficit do governo cai em agosto, mas ainda preocupa Lorena Bueri

O déficit primário do Governo Central do Brasil, uma métrica crucial para avaliar a saúde fiscal do país, caiu para R$ 26,35 bi em agosto de 2023, segundo relatório da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) divulgado na última quinta-feira (28). Embora essa seja uma queda significativa em relação aos R$ 35,93 bi registrados em julho, o número ainda preocupa. Analistas previam um déficit de R$ 25,1 bi para o mês.

Déficit de agosto cai pela metade em relação a 2022

O déficit primário do Governo Central do Brasil, que inclui o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central, apresentou uma tendência de queda significativa em 2023. Em junho, o déficit foi de R$ 45,22 bi, diminuindo para R$ 35,93 bi em julho e chegando a R$ 26,35 bi em agosto. 

A redução do déficit em agosto de 2023 foi influenciada por uma mudança no calendário de pagamentos de precatórios e sentenças judiciais.

O valor de agosto também representa uma queda de 47,6% em comparação com os R$ 50,356 bi registrados no mesmo mês de 2022. No entanto, o número ainda superou as expectativas do mercado, que projetava um déficit de R$ 25,1 bi para o mês.

Gastos com programas sociais aumentam

O déficit acumulado nos primeiros oito meses de 2023 atingiu R$ 104,59 bi. Do lado das receitas e despesas, agosto de 2023 viu uma queda de 14,7% nas despesas totais e uma redução de 2,8% nas receitas líquidas. A despesa total do mês foi de R$ 161,12 bi, enquanto a receita líquida ficou em R$ 134,77 bi.

Os gastos com programas sociais aumentaram em R$ 9,9 bi acima da inflação. Essas variações tiveram um impacto significativo na dívida pública, que atingiu 74,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em agosto de 2023.

Sustentabilidade fiscal do Brasil em cheque

Esses números desafiam as projeções do governo de zerar o déficit em 2024 e levantam questões sobre a sustentabilidade fiscal do Brasil a longo prazo. Uma pesquisa da Genial/Quaest, divulgada em 19 de setembro de 2023, revelou que 95% dos profissionais de fundos de investimento não acreditam que a meta de zerar o déficit primário será cumprida em 2024.


Na quarta (27), Campos Neto ressaltou importância de persistir na meta de zerar os déficits

Na quarta (27), Campos Neto ressaltou importância de persistir na meta de zerar os déficits. (Foto: Reprodução/exame.com/Pedro França/Agência Senado/Flickr)


Em uma audiência na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados, realizada na última quarta-feira (27), Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, ressaltou a importância de persistir na meta. Porém presidente do BACEN ressaltou a necessidade de receitas adicionais, incluindo a taxação de "super-ricos", como um caminho viável para o equilíbrio fiscal. 


Em reunião no dia 21, Haddad reconheceu obstáculos de zerar déficit do governo em 2024

Em reunião no dia 21, Haddad reconheceu obstáculos de zerar déficit do governo em 2024. (Foto: Reprodução/Valter Campanato/Agência Brasil)


O ministro da fazenda Fernando Haddad também reconheceu os obstáculos em reunião no dia 21, segundo a Agência Brasil, mas assegurou que o governo está comprometido em seus esforços para atingir a meta, que foi mantida no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2024. 

Foto Destaque: Déficit do Governo Central segue em queda em agosto, mas dívida ainda preocupa. Reprodução/metropoles.com.

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