No trimestre até outubro, o Brasil atingiu um marco significativo no mercado de trabalho, com o número de empregados ultrapassando a marca de 100 milhões, revelando o maior contingente desde o início da série histórica em 2012. Essa conquista resultou em uma queda na taxa de desemprego para 7,6%, o menor nível desde 2015, acompanhado por um aumento na renda média.
Queda do desemprego
Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o mercado de trabalho brasileiro continua resiliente, registrando uma queda em relação aos três meses anteriores, quando a taxa de desemprego estava em 7,9%. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) também revelou uma diminuição em comparação ao mesmo período do ano anterior, marcando a menor taxa de desocupação desde fevereiro de 2015, quando ficou em 7,5%.
De acordo com a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, o aumento não apenas quantitativo, mas também qualitativo no mercado de trabalho, é impulsionado pela formalidade e ampliação da renda. Ela ressalta que estamos diante de um cenário de recuperação econômica, evidenciado de forma inquestionável no mercado de trabalho.
Após um primeiro semestre com atividade econômica melhor do que o esperado, o mercado de trabalho brasileiro permanece aquecido, com a taxa de desemprego mantendo-se em patamares baixos. Embora exista a possibilidade de aumento diante da esperada desaceleração econômica e dos efeitos defasados da política monetária restritiva, não se espera um salto significativo.
O PicPay, em nota, prevê que os efeitos defasados da política monetária contribuirão para uma desaceleração econômica, mas a taxa de desemprego ainda resistirá em patamares historicamente baixos por um longo período.
A pesquisa foi realizada pelo IBGE (Foto: reprodução/Roberto Custódio/Folha de Londrina)
Condição do trabalho
No trimestre até outubro, o total de ocupados no país alcançou 100,206 milhões, representando um aumento de 0,9% em comparação com os três meses até julho e de 0,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, o número de desempregados diminuiu 3,1% em comparação com o trimestre imediatamente anterior, totalizando 8,259 milhões de pessoas, o que representa uma queda de 8,5% na base anual.
Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado aumentaram 1,7% nos três meses até outubro em relação ao período anterior, alcançando 37,615 milhões, o maior número desde o trimestre encerrado em junho de 2014. Aqueles sem carteira assinada também apresentaram crescimento, com um aumento de 0,7%.
Entre as atividades pesquisadas, o setor de Transporte, armazenagem e correio se destacou, registrando um aumento de 3,2% no número de pessoas empregadas. A coordenadora do IBGE destacou que esse segmento tem uma boa cobertura de formalidade, contribuindo para a abertura de vagas e a formalização do emprego.
Além disso, o período testemunhou um aumento na renda média real habitual, atingindo R$ 2.999 no trimestre até outubro, em comparação com R$ 2.950 nos três meses até julho e R$ 2.888 no mesmo período de 2022. Esses indicadores reforçam a robustez do mercado de trabalho brasileiro e sugerem um cenário positivo para a economia nos próximos meses.
Foto destaque: Além da queda do desemprego, a pesquisa noticiou uma melhora das condições de emprego (reprodução/jacoblund/Getty Images/iStockphoto)