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Banco Central deve anunciar 1º aumento de juros do atual governo

Economistas projetam um aumento da taxa básica de juros para 10,75% ao ano; o objetivo da movimentação é conter a inflação

18 Set 2024 - 15h30 | Atualizado em 18 Set 2024 - 15h30
 Banco Central deve anunciar 1º aumento de juros do atual governo Lorena Bueri

Está previsto para ocorrer nessa quarta-feira (18) o primeiro aumento de juros do atual governo. O anúncio será feito após às 18h e deverá ocorrer por meio do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e será a primeira alta do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O mercado financeiro projeta um aumento de juros para 10,75%, que deverá atingir 11,50% ao ano em janeiro, representando 1 ponto percentual em totalidade até o início de 2025. De acordo com os especialistas, a partir de julho de 2025, a taxa de juros começará a recuar.

Setor produtivo reage negativamente

A notícia do possível aumento das taxas de juros surge em meio a muitas críticas do setor produtivo da economia. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, declarou que, no momento, não há espaço para novos aumentos das taxas Selic.

 "Com os sinais de desaceleração da inflação e o cenário global de cortes nas taxas de juros, o Brasil deve aproveitar o momento para reduzir a Selic. A manutenção de uma política monetária tão conservadora coloca o país em uma posição desfavorável na competitividade global e penaliza o crescimento econômico”, destacou.

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) declarou por meio de nota que o aumento da taxa Selic pode prejudicar o ciclo de novos investimentos. "Esse movimento terá impacto na economia, na medida em que poderá reduzir a geração de novos empregos", ressaltou.

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confederação (Abit), por sua vez, também se posicionou contrariamente ao aumento da Selic. Já a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) destaca que a inflação é uma consequência do desequilíbrio das contas públicas e vê o aumento inflacionário nos próximos meses com preocupação, já que a consequência será o encarecimento do custo de capital para as empresas e dos financiamentos para os consumidores.

Esse movimento tem um efeito negativo sobre a atividade econômica, em especial nos setores do comércio e do turismo, com destaque para o varejo brasileiro", afirmou.

As alterações dos juros demoram entre 6 e 18 meses para impactarem a economia do país. Assim, o Banco Central projeta um impacto maior em março de 2026.


gabriel galipolo

O economista Gabriel Galípolo é o indicado por Lula para assumir à presidência do Banco Central, a partir de 2025 (Foto: reprodução/Washington Costa/MF)


Novo presidente do Banco Central

A prospecção do aumento das taxas de juros pelo mercado financeiro ocorre em meio à indicação do economista Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central a partir de 2025.

De acordo com Lula, os atuais altos patamares de juros brasileiros, comparado ao resto do mundo, freiam o crescimento da economia. Porém, o presidente elogiou a postura e competência de Gabriel Galípolo, que ainda terá a sua posse aprovada ou não pelo Senado Federal. 

Foto destaque: prédio do Banco Central do Brasil, em Brasilia (Reprodução/Enildo Amaral/Banco Central do Brasil)


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